Crenças no ensino-aprendizagem do Português como Língua de Herança: problematizações acerca da aula de PLH como espaço de letramento, atravessamento e constituição social
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6988 |
Resumo: | Esta dissertação tem como tema central as crenças dos professores de português como língua de herança. Nela, problematizo os entendimentos emergentes sobre a aula de PLH a partir dos múltiplos espaços que ela pode ocupar segundo meu próprio entendimento: de letramento, de atravessamento e de constituição social. O aporte teórico que possibilitou a presente investigação vem da Linguística Aplicada indisciplinar (Moita Lopes, 2006) e transgressiva (Pennycook, 2006), de estudos em Língua de Herança (Valdés, 2001; Van Deusenscholl, 2003; Carrera, 2004,2014; Polinsky e Kagan, 2007; Flores; Pfeifer, 2014), bem como de abordagens recentes na investigação de crenças (Bracelos, 2000, 2001,2004; Kalaja, 2006; Kalaja e Barcelos, 2008, Herrmann, 2012) e também do PLH (Mota, 2004; Lico, 2011; Mendes, 2012; Ortiz, 2014; Moroni, 2015; Boruchowski, 2015). Apropriei-me do aporte metodológico da pesquisa qualitativa (Guba e Lincoln, 1989; Denzin e Lincoln, 2006) de caráter interpretativista (Ribeiro e Garcez, 2002) para, a partir do entendimento de que a língua emerge na socialização e na negociação de sentidos (Van Lier, 2002, 2008; Paiva, 2009) e da visão sociocultural de linguagem (Vygostsky, 1978; Bruner, 1996; Lantolf, 2007), problematizar o Sistema de Crenças (SC) dos professores e demais envolvidos sobre as aulas de PLH . Os procedimentos metodológicos utilizados na investigação incluíram: (i) questionários on-line; (ii) entrevista gravada em áudio; (iii) observação direta e notas de campo. Os dados analisados sugerem que (1) os professores e demais envolvidos com o PLH não percebem as atividades lúdicas que desenvolvem como aulas e que (2) o ensino sistemático da língua, embora apontado como um fim nos objetivos, não aparece nas atividades pedagógicas. Os entendimentos corroboram ainda com achados de estudos anteriores e indicam uma (3) representação estereotipada do aluno e (4) a influência do SC na maneira como o professor constrói seu lugar e o lugar do aprendiz de PLH. Observou-se também que a história de vida dos envolvidos com o ensino-aprendizagem do PLH se mistura com suas práticas e acaba por resultar em falta de clareza quanto aos seus objetivos e expectativas em relação aos alunos. Se por um lado os programas de PLH investigados parecem cumprir com excelência as funções não linguísticas que caberiam às escolas em LH, por outro o espaço da aula como letramento parece receber menor atenção. Finalmente, ressalto que os programas de PLH ocupam um papel de destaque na manutenção do português brasileiro na diáspora e que, tanto as crenças quanto os valores e objetivos atribuídos ao ensino-aprendizagem do PLH podem convergir ou divergir dentro dos programas investigados. |