Espessura da camada íntima-média da artéria carótida comum e idade vascular em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Andrade Junior, Carlos Roberto Moraes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12664
Resumo: Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) apresentam um processo de aterosclerose pré-clínica precoce e difuso, contribuindo para a elevada incidência de doença cardiovascular (DCV). A identificação e estratificação daqueles com maior risco cardiovascular (RCV) não está estabelecida. A medida da espessura da camada íntima-média (EIM) da artéria carótida comum se correlaciona com a aterosclerose pré-clínica e com o RCV. A identificação dos fatores associados ao aumento da EIM poderia contribuir para a identificação dos pacientes com maior RCV. Além disso, a estimativa da idade vascular (IV) poderia ser uma ferramenta útil na estratificação do RCV dos pacientes com DM1. Objetivos: avaliar a EIM de pacientes com DM1 em comparação a um grupo de indivíduos sem diabetes. Identificar fatores clínicos e laboratoriais associados ao aumento da EIM e avaliar se a IV poderia ser uma ferramenta útil na estratificação do RCV dos pacientes com DM1. Métodos: estudo de corte transversal que avaliou 127 pacientes com DM1 e 125 indivíduos controle. A EIM foi medida através de programa semiautomático de detecção das bordas da EIM. A IV foi calculada em pacientes com 35 anos de idade ou mais através de tabelas de normalidade para a EIM. Resultados: os pacientes com DM1 apresentaram maior EIM em comparação aos controles (p<0,001). Comparando-se os pacientes com DM1 e controles, as mulheres com DM1 apresentaram maior diferença na EIM do que os homens (0,039 vs 0,033mm, respectivamente). A idade e a duração do diabetes tiveram um efeito sinérgico sobre a EIM dos pacientes com DM1. A análise de regressão gama multivariada em pacientes com DM1 mostrou que a EIM foi associada à idade (Exp(β)=01006, p<0,001), duração do diabetes (Exp(β)=1,004, p=0,002), história familiar de DM2 (Exp(β)=1,048, p=0,014), IMC (Exp(β)=1,006, p=0,008) clearence de creatinina (Exp(β)=1,000, p=0,029) e com o colesterol total (Exp(β)=0,999, p<0,001). Em pacientes com DM1 foi encontrada diferença entre a IV e IC (9,4 anos, p<0,001) e entre o RCV avaliado pela IV e pela IC (3,8%, p<0,001), sem diferença entre os controles. As mulheres com DM1 tiveram maior diferença entre a IV e IC (11,2 anos, p<0,001) do que os homens com DM1 (6,4 anos, p=0,021). Considerando-se todos pacientes com DM1 houve uma mudança de faixa de RCV de baixo com a IC (8,8%) para moderado com a IV (12,6%). Encontrou-se 18 pacientes com DM1 (31%) com elevação da faixa de RCV, sendo 14 do sexo feminino e 1 paciente do sexo masculido com redução da faixa de RCV de moderado para baixo. Discussão: os pacientes com DM1, apesar de jovens, apresentam aumento da EIM. Este aumento, ainda maior em mulheres com DM1 e em indivíduos com história familiar de DM2, poderia ser um marcador precoce de DCV. A IV poderia contribuir para a avaliação do envelhecimento do sistema cardiovascular, podendo ser uma ferramenta útil na identificação e estratificação dos pacientes com maior RCV. Estudos prospectivos futuros são necessários para avaliar a relação causal entre a EIM carotídea e DCV e a capacidade da IV em prever o RCV.