Literatura e cidade: processos de subjetivação e experiência urbana no diário de Carolina Maria de Jesus
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20177 |
Resumo: | A história de Carolina Maria de Jesus (1914-1977) desperta interesse e discussões até os dias de hoje por se tratar de uma mulher negra e periférica com o sonho de ser escritora, e que teria sido “descoberta” pelo jornalista Audálio Dantas em maio de 1958, na favela do Canindé em São Paulo. Deixou um vasto legado em obras, entre elas, a sua primeira obra publicada e objeto desta pesquisa, o diário intitulado Quarto de despejo (1960). O que faz desta obra e dos seus manuscritos originais um amplo campo de pesquisa é a forma precursora de Carolina transmitir para esta forma literária, a experiência de pobreza e fome vivida por aqueles que historicamente tiveram suas vozes silenciadas. Por muito tempo a abordagem crítica da escritora se deu insistentemente por um viés de uma narrativa vista unicamente com valor testemunhal servindo como denúncia das condições sociais de miséria degradantes, presentes nos espaços periféricos da cidade. Muito além dessa abordagem que por muito tempo impôs limites às análises feitas sobre a trajetória da escrita e obra de Carolina de Jesus, o trabalho tem por objetivo investigar como a escritora através da escrita diarística mostra novas formas de representação da cidade e da favela na narrativa, ao mesmo tempo em que apresenta um processo de subjetivação afetado por uma experiência urbana atravessada pelo racismo. Sendo assim o leitor de sua literatura é impactado por uma perspectiva singular dessa experiência urbana, que se faz possível através de um olhar que se desloca ora pelos espaços privilegiados da cidade, em que ela se sente na “sala de visitas” ora por espaços segregados e racializados, a favela. A narradora mostra ao mesmo tempo a crescente tensão entre seu corpo negro que transita pelas ruas de uma cidade que se torna simbólica na medida em que traduz na escrita a constante sensação de não pertencimento a nenhum desses espaços |