Educação para as Relações Étnico-Raciais: um olhar para as licenciaturas em Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Melo, Sára Regina Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23163
Resumo: Tomando como marco histórico os 20 anos da lei 10.639/2003, que institui a obrigatoriedade da inserção do Ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira na educação básica, ocorrendo de forma transversal e multidisciplinar, a presente pesquisa tem por objetivo compreender como as Relações Étnico-Raciais (RER) têm sido produzidas nos currículos em dois cursos de licenciatura da área de Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No intuito de entender como as universidades brasileiras foram fundadas e as bases teóricas que ajudaram neste processo, apoiamo-nos em autores como Sueli Carneiro, Ramón Grosfoguel, entre outros. Além disso, na atuação do Movimento Negro ao assumir um caráter educador no sentido de pressionar a criação de políticas públicas e legislações que versem sobre a sua história, tomamos concepções de autoras como Lélia González e Nilma Lino Gomes. Sabendo que o currículo se torna um fator central no processo de construção da subjetividade do sujeito, nos atemos ao referencial teórico do campo curricular do autor pós-estruturalista Thomas Popkewitz. Por fim, ao falar sobre Ensino de Ciências e Biologia, nos baseamos em textos de Douglas Verrangia e Bárbara Carine Soares Pinheiro no movimento de fundamentar a defesa de como a área tem se desenvolvido nos debates e produções sobre as Relações Étnico-Raciais. Partimos da tese de que se construir um currículo que traga em sua estrutura discussões sobre as Relações Étnico-Raciais, acaba-se construindo a subjetividade do sujeito – futuros/as professores/as de Ciências Biológicas- frente às diferenças étnico-raciais na Educação em Ciências. Entendendo que, tal formação torna-se essencial para lidar com diferentes questões que circundam o ambiente escolar, além de uma aproximação com as RER onde, os/as professores/as em formação consigam implementar práticas antirracistas em seus contextos escolares. Metodologicamente, utilizamos o método snow ball para a realização das entrevistas com docentes além disso, foi feita uma análise documental a partir dos Projetos Políticos Pedagógicos, ementas e planos de curso desses cursos para a produção dos dados. A análise dos dados foi feita inspirada na Análise de Discurso proposta por Michel Foucault, além de outros autores que conversam com a sua proposta. Como resultados, verificamos que há a existência da abordagem das RER nos cursos investigados, principalmente, nas disciplinas do campo da Educação/Ensino em Ciências, porém, a inserção de tais discussões ocorrem a partir de iniciativas das docentes entrevistadas. Por fim, há a ocorrência de uma dicotomia entre o currículo formal das disciplinas, em que não há a exigência para trabalhar tais questões, e o currículo oculto ou o currículo em ação proposto pelas professoras, no qual a discussão sobre RER se insere.