“A loucura zomba de todas as vaidades”: uma leitura de Diário do hospício, de Lima Barreto
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17408 |
Resumo: | O presente trabalho tem por fito analisar o Diário do Hospício, de Lima Barreto (1881-1922), a partir dos estudos teóricos sobre o gênero que compreendem o diário íntimo como um texto híbrido, aberto, que tudo comporta, inclusive a ficção, sujeito apenas ao ritmo da cronologia. O narrador, preso em um hospício, sem liberdade física, controlado pelo poder-médico da época, transforma esse tempo difícil de cárcere numa experiência rica a partir da observação e da memória que encontra lugar nas páginas do diário. Na obra, o narrador-observador focaliza o manicômio e explora diferentes espaços e tempos justapostos e heterotópicos (FOUCAULT, 2001), o que permite tratar a memória individual e a memória coletiva simultaneamente. Vê-se no diário barretiano tanto o espaço fechado do sanatório, com toda sua estrutura hierárquica e de poder, quanto o espaço de fora, da cidade do Rio de Janeiro, por meio da imaginação e da reflexão que ganha ares de lirismo. Portanto, essa é uma produção literária que intercambia espaços, tempos e linguagens (MAINGUENEAU, 2009), analisando principalmente o espaço da loucura e seus desdobramentos sociais, tais como a segregação dos negros e dos mais pobres, o papel da psiquiatria da época e a modernização na cultura brasileira das primeiras décadas do século XX |