“E eu não sou uma mulher?”: Feminicídio negro como um mecanismo de fazer morrer em vida corpos de mulheres negras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Machado, Marcela de Toledo Piza Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21621
Resumo: Considerando as diversas formas de sofrimento de mulheres negras no Brasil, a presente dissertação buscou pensar o feminicídio negro para além da morte biológica. Para este questionamento crítico busquei aproximações com o pensamento de Achille Mbembe, o que possibilitou compreender como as mulheres negras “morrem em vida”, a partir de “matanças invisíveis”. Assim, as formulações de Mbembe sobre necropolítica, ao lado do pensamento de Fanon sobre humanidade e as zonas do ser e do não-ser, foram fundamentais para construir uma base sobre a qual fosse possível pensar o feminicídio negro em sentido amplo. Para além destas considerações, procurei ver como a obra de Mbembe podia dialogar com as proposições de feministas negras, como Carla Akotirene, não apenas para gerar um novo olhar sobre o feminicídio negro como também para possibilitar o enfrentamento das mortes em vida através da escrita de si e da arte. Para isto, a dissertação dialoga com dois materiais artísticos: M8- Quando a Morte socorre a vida e o álbum visual da Luedji Luna '' Bom mesmo é estar debaixo d 'água". Sem perder de vista todas estas considerações teórico-metodológicas, é no contexto da pandemia da covid-19 que a pesquisa e a escrita dessa dissertação aconteceram: olhando para uma realidade que se agrava dia a dia, sob a lógica da precarização dos corpos de mulheres negras, nas quais eu também estava incluída. É por isso que esse trabalho deve ser lido não somente como uma pesquisa, mas também como um relato, um depoimento, uma denúncia e um grito. Por isso : Ô Neide, ô Neide, ô Neide Cabô