A encenação da compreensão nos PCN fáceis de entender: uma análise enunciativa.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Pimentel, Maria Cristina Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PCN
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6326
Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir, na perspectiva da Análise do Discurso de base enunciativa, que perfil de professor de Língua Portuguesa foi atualizado nos PCN Fáceis de Entender, revista Nova Escola, Editora Abril, 2000, e como, discursivamente, esse perfil foi construído. A publicação inscreve-se nas práticas discursivas de reformulação, pois se propõe a explicar o sentido do texto fonte para um outro público. Assim, chama nossa atenção, na referida publicação, o fato de que as marcas do diálogo entre os PCN-MEC (discurso fonte) e o PCN Fáceis de Entender (discurso segundo) se apagam na tessitura textual, autorizando-a a se apresentar como se fosse o documento original, mas, fazendo circular o pressuposto de que os Parâmetros Curriculares Nacionais/MEC são difíceis de entender. Nosso córpus constitui-se de 14 fragmentos e cada um é composto de um trecho dos PCN Fáceis de Entender e de um trecho dos PCN-MEC/1998, ambos de Língua Portuguesa, 5ª. a 8ª. Séries, cuja análise é resultado do confronto entre os dois trechos de cada um dos 14 fragmentos. Considerando nossos objetivos de pesquisa e como a publicação integra os escritos que falam sobre o trabalho do professor, nossas análises apontam para a construção discursiva de um professor de Língua Portuguesa desqualificado para entender e intervir criticamente nas propostas apresentadas pelos PCN-MEC. Orientam-nos, ainda, para a carência como específica da própria formação, a qual deve ser sanada, sim, mas de preferência com o espetáculo da formação em serviço ou a distância. Apoiamo-nos em Foucault (2004) para uma reflexão dos PCN Fáceis de Entender, enquanto acontecimento histórico, e em Authier-Revuz (1999, 2000), que nos traz reflexões sobre a heterogeneidade constitutiva da linguagem. A análise do córpus tem como referência os estudos de Fuchs (1994), Peytard e Moirand (1992) e Authier-Revuz (1994). Discutimos, ainda, em Maingueneau (1997), a questão do léxico e, em Bakhtin (2003), os gêneros discursivos.