Dinâmica morfológica e sedimentar do litoral de Maricá (RJ) nas últimas décadas e susceptibilidade às ondas de tempestade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Letícia Fernandes Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20912
Resumo: As intervenções humanas no litoral afetaram a dinâmica e a evolução costeira no mundo. No litoral de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro, a expansão urbana intensificou-se a partir da construção da ponte Rio-Niterói em 1974, com um aumento expressivo no número de residências e do turismo na região. Essa ocupação, no geral, merece uma atenção especial em função da elevada dinâmica deste litoral, sujeito à ocorrência de eventos de alta energia associados à incidência de ondas de tempestades. Esses eventos têm, historicamente, causado danos às construções e demais estruturas urbanas, inundações e comprometido o equilíbrio dos sistemas ambientais costeiros. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar a dinâmica morfológica e sedimentar das praias do município de Maricá nas últimas décadas, em resposta aos eventos associados à incidência de ondas de tempestades. Para tal, foram adquiridos 35 novos perfis topográficos de praia ao longo do ano de 2022. Esses dados foram posteriormente integrados com resultados de estudos realizados nas últimas décadas por diversos autores. Foi realizado também o cálculo do volume emerso de sedimentos, a análise de geoindicadores e diversos registros fotográficos. Para tal, foram selecionadas as praias de Itaipuaçu, APA e Barra de Maricá, Cordeirinho e Ponta Negra. Os resultados mostram uma elevada variabilidade topográfica da praia, com destaque para o setor oeste de Itaipuaçu, com uma variação de 45 m na largura entre a máxima e a mínima. O cálculo do volume de sedimentos emersos mostra que os setores da praia apresentam um equilíbrio sedimentar, exceto a praia de Barra de Maricá e Ponta Negra (P8) que apresentaram uma redução no volume (42,75% e 31,54% respectivamente) nas últimas décadas. As praias de Itaipuaçu e Barra de Maricá foram as que mais receberam intervenções em detrimentos das outras e são, consequentemente, as áreas que apresentaram uma alta susceptibilidade a erosão costeira. Os problemas detectados na praia da Barra de Maricá e de Ponta Negra (destruição da estrada e de residências, respectivamente), preocupam e alertam para a ocorrência de processos erosivos neste trecho do litoral. A variabilidade morfossedimentar observada resulta das rápidas mudanças na energia das ondas que incidem no litoral, principalmente quando associadas a condições de tempestade. Além da elevada dinâmica, resultante da exposição direta a essas ondas de tempestade, no litoral de Maricá deve-se atentar para à proximidade das estruturas urbanas em relação à faixa de areia dinâmica da praia, o que só não ocorre no trecho correspondente à APA de Maricá. Sendo assim, por se tratar de um litoral dinâmico, com alto grau de suscetibilidade à incidência de grandes ondas de tempestades ao longo de todo arco praial e erosão nos locais com redução no volume sedimentar, é fundamental que se adote medidas a fim de proteger a costa e mitigar os impactos das construções próximas e/ou dentro das praias, através de soluções baseadas na natureza ou até mesmo a partir da retirada dessas estruturas rígidas. Diante do exposto, faz-se necessário monitorar de forma contínua esse litoral e os problemas existentes, devido a elevada suscetibilidade do mesmo à erosão costeira.