Preparações lácteas consumidas por crianças menores de dois anos usuárias do SUS no município do Rio de Janeiro: caracterização, adequação às recomendações e composição nutricional segundo a participação de alimentos ultraprocessados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Furtado, Maria Cecília Quiben
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7248
Resumo: Introdução: É recorrente o uso de preparações lácteas (PL) na alimentação de crianças nos dois primeiros anos de vida, no entanto, pouco se conhece sobre sua composição. Objetivo: Analisar a composição nutricional das PL consumidas por crianças de seis a 23 meses de idade. Método: Trata-se de uma subamostra de um estudo maior, seccional, realizado em amostra probabilística e representativa de crianças de seis a 59 meses usuárias do Sistema Único de Saúde no município do Rio de Janeiro (n=536). Foram analisadas as PL referidas por responsáveis pelas crianças de 6 a 23 meses (n=190) e consideradas apenas aquelas com descrição completa da receita no recordatório de 24h (n=183). Elas foram distribuídas em quatro tipos e 25 subtipos de acordo com seus ingredientes, sendo caracterizadas e comparadas ao leite materno considerando-se as médias dos valores de energia, proteína, gordura, carboidrato, cálcio, ferro, zinco, vitamina A (retinol equivalente) e vitamina C, em 100 mL. A adequação da reconstituição dos produtos lácteos em pó foi examinada; adequação percentual de 500 mL da PL (considerado volume máximo recomendado para os substitutos do leite materno) em relação às necessidades de nutrientes da criança, considerando-se as DRI; foi calculado o percentual de participação de energia proveniente dos alimentos ultraprocessados (AUP) em 100 kcal de cada PL e analisada a composição nutricional das PL em função desta participação. Resultados: A maioria das PL era composta por leite de vaca, fosse ele puro (1,6%) ou acrescido de um espessante e/ou açúcar e/ou fruta (77,6%). Do total de PL analisadas, 85% continham pelo menos um AUP. Na maioria das preparações em que foram utilizados produtos lácteos em pó (71,6%), a reconstituição do produto foi feita com concentração do produto inferior à recomendada pelo fabricante. Ainda assim, elas se mostraram hiperproteicas, hipercalóricas e apresentaram teores acima de micronutrientes, quando comparadas ao leite materno. Em geral, extrapolaram as recomendações diárias de nutrientes para proteínas e micronutrientes em 500 mL de produto. Ainda que tenham apresentado correlação positiva para carboidratos e boa parte dos micronutrientes analisados e correlação negativa para proteínas e lipídios em função da participação relativa de AUP nas PL, independentemente desta participação, as PL analisadas apresentaram perfil nutricional muito distinto daquele do leite materno. Conclusão: As PL estudadas apresentaram perfil nutricional inadequado, podendo comprometer a formação dos hábitos alimentares e a saúde das crianças. Faz-se necessário qualificar a abordagem de profissionais de saúde sobre alimentação nos primeiros anos de vida no âmbito da atenção básica de saúde, com vistas à promoção da amamentação e da alimentação complementar saudável, além de outras políticas públicas voltadas para garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável.