As representações sociais de saúde e doença para os adeptos do Omolokô
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20554 |
Resumo: | A saúde e a doença são partes de um mesmo processo, o de viver, e, portanto, conhecer o seu significado torna-se uma ferramenta a ser utilizada para o desenvolvimento de ações e políticas públicas e privadas que supram a necessidade do grupo envolvido. Estabeleceu-se, como objetivo geral, analisar as representações sociais da saúde e da doença para os praticantes do Omolokô. Este estudo é de caráter exploratório, descritivo, qualitativo e embasado na teoria das representações sociais em suas abordagens estrutural e processual, sendo desenvolvido em duas fases: no primeiro momento participaram 106 praticantes do Omolokô oriundos de seis terreiros do estado do Rio de Janeiro, através dos quais foram coletadas evocações livres dos seguintes termos indutores: “saúde”, “doença” e “terreiros e práticas de saúde”. Para o segundo momento, foram entrevistadas 23 pessoas com o mesmo perfil e dos mesmos cenários que se disponibilizaram a realizá-las a partir de um roteiro temático. Para a análise dos dados coletados no primeiro momento, construiu-se um banco de dados com o auxílio do software Excel. As evocações passaram pela análise prototípica e pela similitude por coocorrência. Para os materiais discursivos da segunda etapa, utilizou-se a análise lexical com o apoio do software Iramuteq. Destacou-se, na abordagem estrutural da saúde, o possível núcleo central com os cognemas “bem-estar”, “cuidado” e “vida”, sendo que “bem-estar” reaparece como palavra central na árvore de similitude. Quanto ao termo indutor “doença”, esse apresentou como possível núcleo central os termos “dor”, “medo” e “tristeza” e, no que tange à árvore de similitude, também houve predominância do cognema “medo”. Ao analisar o termo indutor “terreiros e práticas de saúde”, aparece, como possível centralidade, os cognemas “caridade”, “cura”, “equilíbrio” e “fé”, destacando-se, na árvore de similitude, o termo “cura”. A análise processual gerou como resultado três classes, subdivididas em dois eixos: bloco 01 (classes 01 e 03) e bloco 02 (classe 02), que expôs o significado do processo saúde e doença para o grupo de acordo com suas individualidades. A classe 01 abordou a relação existente na família de santo, relacionando-a com questões como amor, hierarquia, segredos e poder. Na classe 03, aprofundamos a discussão relacionada à dimensão política nas suas instâncias micro e macro. Questões de hierarquia e poder estão presentes em torno do objeto de estudo, bem como na construção da identidade desse grupo. Conclui-se que os terreiros são espaços de estar e viver, onde há uma preocupação com o fortalecimento de laços afetivos e políticos a serem alcançados por meio de práticas decoloniais exercidas e vivenciadas por seus seguidores. Dessa forma, fica evidente a importância de os terreiros serem considerados ambulatórios de cuidado, exigindo a estruturação de políticas públicas já existentes ou a serem criadas, para que esses espaços sejam utilizados tanto por seus mantenedores quanto pela população em geral, em parceria com o Sistema Único de Saúde. |