Tuberculose ativa e latente entre refugiados: uma revisão sistemática da literatura.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Raquel Proença da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4388
Resumo: Em 2015 existiam cerca de 65,3 milhões de refugiados deslocados por guerras e conflitos, com 5,8 milhões de pessoas a mais do que em 2014, mostrando assim um padrão crescente. Comparado com os portadores das demais categorias de visto de imigração, os refugiados e requerentes de asilo possuem um risco aumentado para tuberculose (TB) como consequência da prevalência da doença em seu país de origem, exposição durante a migração e condições adversas nesse período. O objetivo desse estudo foi analisar dados disponíveis sobre a prevalência e a incidência da infeção latente por tuberculose (ILTB) e da TB ativa entre refugiados e requerentes de asilo por meio de uma revisão sistemática da literatura. Realizamos uma busca no Medline, EMBASE, Web of Science e LILACS até agosto de 2016, incluindo estudos observacionais transversais, longitudinais ou ensaios clínicos publicados desde 2000 que descreveram a prevalência e/ou incidência de TB ativa e/ou ILTB em imigrantes refugiados e requerentes de asilo, sem restrição linguística. Estudos com população de estudo inferior a 30 indivíduos foram excluídos. A seleção dos estudos, extração dos dados e avaliação da qualidade do relato foram realizadas por dois revisores independentes e as divergências foram resolvidas por um terceiro revisor. Foram identificados 624 estudos, sendo 54 desses incluídos. A triagem para TB (ativa ou ILTB) ao chegar ao país de acolhimento foi o motivo da captação em 94,3% dos estudos. Identificamos alta taxa de incidência (entre 482 e 3.810 casos por 100 mil habitantes) e de prevalência (50% dos estudos entre 500 e 2.500 casos por 100 mil habitantes) de TB ativa. Em relação à prevalência de ILTB, 50% dos estudos mostram entre 15 e 42%, chegando a 85%. Tanto TB ativa quanto ILTB foram mais frequentes entre os homens, entre refugiados provenientes de países de alta incidência de TB e de países de baixa renda. Os países de origem com maior número de refugiados foram Iraque, Afeganistão, Tailândia, Myanmar e Butão. Vinte e um estudos foram conduzidos nos EUA, que tem uma política restritiva de imigração. Quanto à avaliação da qualidade do relato dos estudos 87,5% dos estudos transversais e 92,9% dos estudos de coorte atenderam a pelo menos 50% dos critérios do Strengthening the Reporting of Observacional Studies in Epidemiology (STROBE). Os achados desse estudo apontam para a TB como um problema de saúde pública para essa população. Desta forma, é preciso assegurar o rápido acesso dos refugiados à assistência à saúde no país de acolhimento, bem como garantir que não serão devolvidos , como diz a Convenção de Genebra (1951).