O urubu malandro e a cultura amazônica: uma análise cognitiva da metáfora animal na história em quadrinhos Castanha do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Eduarda Sena da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23435
Resumo: A presente pesquisa de mestrado tem como tema os campos de conhecimento que envolvem a cognição, a linguagem e a multimodalidade; e como objetivo abordar, à luz dos postulados da Teoria da Metáfora Conceptual (Lakoff; Johnson, 2002 [1980]), da Teoria da Metáfora Multimodal (Forceville, 2006; 2008; 2017) e da Abordagem Crítica da Metáfora (Charteris-Black, 2004), a relação entre a metáfora animal HUMANO É URUBU e o zoomorfismo do protagonista Castanha na produção de sentidos da História em Quadrinhos Castanha do Pará, publicada em 2016, por Gidalti Oliveira Moura Júnior, que narra a história de violência vivida em casa e nas ruas da cidade de Belém por esse protagonista hibrido de humano e de urubu. Assim, partimos do pressuposto de que a metáfora animal HUMANO É URUBU estruturaria o zoormorfismo do personagem principal da HQ em questão, motivada por conhecimentos e percepções da comunidade belenense acerca do caráter negativo do animal urubu. Além disso, supomos que o próprio título da obra se valeria da metonímia CASTANHA PELO PARÁ para conceptualizar a identidade do protagonista. Com base em metodologia de tipo qualitativa, de caráter descritivo-interpretativo, reunimos 38 dentre os 461 quadrinhos, que constituem a HQ Castanha do Pará, em oito grupos temáticos para, assim, examinarmos e explicarmos a relação entre zoomorfi smo, metáfora, elementos multimodais constitutivos desse gênero textual e saberes amazônicos belenenses. Os resultados demonstram que, por licenciar o zoomofismo do protagonista, a metáfora HUMANO É URUBU estrutura a produção de sentido da HQ Castanha do Pará, permitindo, com isso, que seu autor estabeleça relação entre os níveis discursivo, cognitivo e ideológico, uma vez que narra a história trágica de um menino híbrido, que vive à margem da sociedade. Além disso, observamos que a metonímia CASTANHA PELO PARÁ contribui para a produção de sentido da HQ em questão, considerando que, ao apontar para a diversidade de grupos sociais que constituem a região amazônica, o autor conceptualiza meninos pobres e marginalizados como não aceitos socialmente. Para tanto, estabelecendo contraponto entre os conhecimentos hegemônicos próprios de sociedades pós-industriais, como a belenense, e as histórias de encantarias que constituem as comunidades da região amazônica, o quadrinista explora a polissemia da conceptualização, de caráter monomodal e/ou multimodal, da metáfora HUMANO É URUBU