Função endotelial e rigidez arterial em portadores de doença renal crônica: papel na progressão da doença renal e nos desfechos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Meira, Vagner da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12702
Resumo: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial com uma taxa de prevalência estimada em 10 %. Hipertensão arterial e diabetes mellitus são as principais causas de DRC. A principal complicação da DRC é a doença cardiovascular (DCV). A disfunção endotelial (DE) e a rigidez arterial (RA) têm importante papel na doença aterosclerótica e estão presentes na DCV. Avaliar a influência da disfunção endotelial e da rigidez arterial na progressão da DRC e sua relação com os desfechos. Estudo prospectivo com 97 portadores de DRC estágios 3 e 4, sob tratamento regular em ambulatório especializado por pelo menos 1 ano. Após a visita inicial foram acompanhados por 18,5 ± 3,6 meses. A taxa de filtração glomerular (TFGe) foi estimada pela equação do CKD-EPI. Proteinúria calculada por amostra de urina. Perfil bioquímico avaliado na visita inicial e a cada 3 meses. A pressão arterial (PA) foi a média de 3 aferições. Ecocardiograma avaliou a massa do ventrículo esquerdo (MVE) e o índice de MVE (IMVE). A função endotelial foi avaliada pela técnica de dilatação mediada pelo fluxo (DMF) da artéria braquial na primeira e última visitas. A RA foi avaliada pela medida da velocidade da onda de pulso (VOP) carotídeo-femoral (CF) e carotídeo-radial (CR). Analisados subgrupos de exposição conjunta da proteinúria com VOP-CF e VOP-CR. SPSS-20. Média ± DP ou mediana (intervalo interquartil). Na visita inicial observamos idade 64,3 ± 10,1 anos; 55% sexo masculino; TFGe: 30,6 ± 10ml/min/1,73 m²; PA sistólica: 151,5 ± 22,5mmHg; PA diastólica 81,1 ± 11,2mmHg; pressão de pulso (PP): 70,4 ± 19,4mmHg; DMF: 10,5 ± 6,7%; proteinúria: 309mg/g (135-944); VOP-CF: 10,8 ± 3,4m/s; VOP-CR: 9,6 ± 1,8m/s. Hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE) estava presente em 54,3%. A perda da TFGe foi de -0,96 ± 5,3ml/min/ano. A DMF e o IMVE não foram diferentes comparando a visita final com a inicial e não se correlacionaram com a perda de TFGe nem com os desfechos. A associação da VOP-CF aumentada com a proteinúria ocasionou maior perda da TFGe. Não observamos desfechos em 87% da população. Ocorreram 8 desfechos CV, que se relacionaram com o aumento da VOP-CF e da VOP-CR; enquanto que o desfecho renal ocorreu em 5 indivíduos e se relacionou com TFGe menor e proteinúria mais elevada. A maioria dos pacientes mostrou função renal estável. Na DRC estágios 3 e 4, a DMF não foi um marcador de desfecho CV. O número de desfechos após 18 meses foi baixo (13%). A proteinúria foi um marcador de desfechos cardiovasculares e renais. O aumento da rigidez arterial não estava presente na maioria dos indivíduos, porém se mostrou especialmente útil como marcador de desfechos cardiovasculares nesta população.