Prevalência de anemia e doença renal crônica em portadores de insuficiência cardíaca sistólica num ambulatório de hipertensos e diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Galil, Arise Garcia de Siqueira lattes
Orientador(a): Bastos, Marcus Gomes lattes
Banca de defesa: Oliveira Júnior, Múcio Tavares de lattes, Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes, Andrade, Luiz Carlos Ferreira de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2837
Resumo: Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) tem alta morbimortalidade que decorre de fatores causais e refratariedade ao tratamento. A doença renal crônica (DRC) e a anemia têm se associado a pior prognóstico em pacientes com IC grave, especialmente os hospitalizados. Há, porém, poucos estudos que avaliem a prevalência e as conseqüências da DRC e da anemia em pacientes com IC acompanhados ambulatorialmente. Objetivos: Avaliar a prevalência da DRC e anemia e o impacto de desfechos cardiovasculares em portadores de IC sistólica estágios B e C. Pacientes e Métodos: Foram estudados pacientes adultos, com idade >18 anos e diagnóstico de IC sistólica e com fração de ejeção (EF) ≤45%, selecionados do ambulatório do Serviço de Hipertensão, Diabetes e Obesidade do SUS de Juiz de Fora e acompanhados por 12 meses. A anemia foi definida como hemoglobina <12,0g/dl nas mulheres e <13,0g/dl nos homens. A reserva de ferro foi considerada adequada quando índice de saturação da transferrina encontrava-se ≥20% e a ferritina ≥100ηg/dl. A filtração glomerular foi estimada pela fórmula do estudo MDRD e a DRC foi definida como proposto pelo K/DOQI da National Kidney Foundation americana. Considerou-se com desfechos cardiovasculares (CV) a ocorrência de hospitalização e/ou morte decorrente da IC. Os dados demográficos, de exame físico e laboratorial foram obtidos do prontuário dos pacientes. Resultados: Foram avaliados 83 pacientes, com idade média de 62,7±12 anos, sendo 56,6% do sexo feminino. A média da fração de ejeção (FE) foi de 37,8+7,9% e a maioria dos indivíduos (60,2%) estava no estágio C. A prevalência de anemia foi de 24,09%; 30,30% no estágio B e 20% no estágio C. A prevalência de DRC foi elevada, presente em 49,4% da amostra, 42,4% no estágio B da IC e 54% no estágio C. Todos os pacientes com anemia tinham reserva de ferro normal e 68,6% apresentavam DRC concomitante. Os desfechos CV ocorreram em 26,5% da amostra. Na estratificação dos pacientes nos estágios B e C da IC e presença ou não de DRC, evidenciou que 100% e 64,7% apresentaram desfechos, respectivamente. Na análise multivariada, após ajustes para fatores prognósticos no período basal, o diagnóstico de DRC aumentou em 3,6 vezes a possibilidade de desfechos (IC 95%1,04-12,67, p=0,04), enquanto os níveis mais elevados de sódio sérico (R 0,807, IC95%0,862-0,992, p=0,03) e da fração de ejeção (R 0,925, IC95% 0,862-0,942, p= 0,03) se mostraram protetores. Conclusão: Na coorte de pacientes estudada, composta de pacientes com IC estágios B e C, a ocorrência de anemia foi compatível com a observada em outros estudos e com tendência de se associar com menor filtração glomerular. A DRC foi prevalente e independentemente se associou a maior risco de hospitalizações e mortes secundárias à descompensação cardíaca, especialmente nos pacientes assintomáticos.