Solta o cabelo! : etnografia sobre o cabelo crespo como marcador de identidade étnico-racial entre crianças negras da educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Braga, Aline de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10204
Resumo: Trata-se de uma pesquisa de cunho etnográfico sobre o cabelo crespo como marcador de identidade étnico-racial entre crianças negras da educação infantil. O objetivo é investigar as primeiras experiências das crianças negras com os seus cabelos crespos no espaço da creche, bem como as práticas educativas, as ações, as falas e os silêncios em torno da questão racial. Adota-se com pressupostos teóricos as ideias de Frantz Fanon (1968) sobre o racismo como fenômeno estruturante das sociedades modernas. Os estudos de Marcel Mauss (1950) sobre o significado do corpo e as técnicas de educar utilizadas para controlá-lo por meio da formação de habitus. Por meio da observação e nas entrevistas com docentes, gestor e pais dos alunos pôde-se concluir que os cabelos crespos das crianças são considerados marcadores de uma identidade negativa. Os discursos racistas sobre o negro são encontrados na sociedade e estão sendo reproduzidos no cotidiano escolar, nas falas e ações dos profissionais da educação, como também nas falas dos responsáveis pelos bebês. Dentro desse contexto, o professor tem um importante papel de intervenção, pois ao firmar-se dentro de uma pedagogia antirracista, ele está construindo o respeito pelas diferenças e estabelecendo a valorização da história e da cultura do povo negro. Por meio de uma educação antirracista se formam os primeiros passos para se deslegitimar a ideia do branco como modelo de beleza. Desse modo, ressalta-se na presente pesquisa a importância do professor na perpetuação de uma educação antirracista, visto que o seu papel é o de desconstrutor das emissões racistas reproduzidas pela escola.