Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Montezuma, Aymara
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Orientador(a): |
Sansone, Livio
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Banca de defesa: |
Sansone, Livio
,
Soares, Maria Andrea dos Santos
,
Cruz, Denise Ferreira da Costa
,
Lino e Silva, Moises Vieira de Andrade
,
Santos, Luane Bento dos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40243
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Resumo: |
O corpo se constitui socialmente, em conjunto e por meio de sistemas e símbolos raciais, de gênero, idade, classe etc. No corpo, o cabelo, nas relações sociais brasileiras, tem importante papel no processo de identificação de pessoas negras por ser entendido como um dos elementos constituintes da percepção de raça. No caso das mulheres negras, a dimensão de raça e de gênero coloca o cabelo numa situação de proeminência devido à relação que essa parte do corpo tem com ideias de feminilidade. Por muitos anos, no contexto das relações raciais brasileiras, muitas mulheres negras fizeram uso de alisantes e relaxantes que alteram a estrutura do cabelo para o liso ou cacheado. Nos últimos anos, tem ocorrido um movimento de maior escala para a não mais utilização de tais produtos e técnicas, denominado transição capilar. Tal movimento pode ser acompanhado por um processo de questionamento, reflexão e alteração da relação com o corpo e a subjetividade, podendo ser compreendido como um canalizador de alterações na relação consigo mesma. Em meio a esse processo, pode surgir um novo ideal estético entendido como cacho perfeito, que traz dinâmicas próprias de cuidados e expectativas. Em diferentes momentos da relação com o cabelo cacheado/crespo, existe a comparação entre o cabelo real e o cabelo ideal, e a vivência desta diferença constrói uma relação com o corpo interpretada em termos de prisão e liberdade. A transição possibilita questionamentos e reflexões sobre a relação com o cabelo, o corpo, e consigo, realizadas a partir de outros modelos e referências que não tenham corpos e experiências brancas como padrão, de forma que esta pode vir a possibilitar uma criação e expressão de outra vivência como mulher negra. Esta pesquisa teve como objetivo investigar o surgimento de novas relações corpóreas e subjetivas por meio da experiência da transição, assim como alterações na percepção e vivência como mulher negra. Para tanto, foi utilizada a análise de entrevistas abertas com mulheres negras que passaram pelo processo, assim como a análise de materiais audiovisuais sobre a temática. Foi possível constatar que a transição capilar levou a transformações corpóreas e subjetivas das mulheres negras entrevistadas. |