Brasil brasileiro: o léxico e a identidade nacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Araújo, Lúcia Deborah Ramos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5991
Resumo: Esta pesquisa dedica-se a realizar um trabalho com base no diálogo entre teorias semióticas e a Linguística de Córpus, estudando, especificamente, marcas linguísticas que possam caracterizar o perfil do brasileiro e suas características socioculturais plurais. Interessam-nos, sobretudo, os substantivos e adjetivos em função nomeadora e/ou qualificadora dos termos Brasil e brasileiro . Com isso, pretende-se oferecer um panorama bastante próximo da realidade linguística do brasileiro e de sua identidade. Para que os resultados sejam significativos, contamos com o concurso da Linguística de Córpus, servindo-nos de base a obra Linguística de Corpus (SARDINHA, 2004). Com a Linguística de Córpus, adotando a pesquisa direcionada pelo córpus (corpus-driven research) como metodologia, se pôde levantar, quantificar e tabular os signos em uso, identificando-lhes a frequência e a organização em feixes lexicais para avaliá-los quanto à significância no trato comunicativo. No desenvolvimento da análise e leitura crítica dos dados coletados, amparou-nos a Semiótica de extração peirceana, mais especificamente da Teoria da Iconicidade Verbal (SIMÕES, 2007), que permitiu delinear o potencial icônico das palavras de busca e de seus colocados. Com relação ao conceito de identidade em suas faces filosófica, social e antropológica, fornecem-nos suporte os pensamentos de NIETZSCHE (1991) acerca da necessidade do esquecimento para a construção de uma identidade e de HALL (1998), quanto aos eixos temporais que presidem o processamento discursivo dos fatos históricos e, por conseguinte, da construção identitária. O contraponto entre estes últimos autores contribui para a definição dos gêneros textuais interessantes à pesquisa, basicamente os textos argumentativos, publicados em jornais de grande circulação, no eixo Rio-São Paulo. A respeito da identidade na sociedade em rede, característica da contemporaneidade, apoia-nos obra de CASTELLS (2006). Os estudos específicos sobre a identidade nacional amparam-se sobretudo em DAMATTA (1978 e 1989) e LEITE (2007). A pesquisa demonstrou que a iconicidade lexical vem a ser mais apropriadamente delineada a partir de um universo de dados amplo, ao qual se tem acesso a partir da Linguística de Córpus, sendo, portanto, correto afirmar que os traços componentes da identidade brasileira podem ser apreendidos em seu estágio atual com base na análise de um córpus construído a partir de textos publicados em jornais, representativos das vozes e do pensamento de um estrato social formador de opinião. No contexto de transformações sociais e políticas que ocorrem no Brasil entre os anos 2005 e 2010, a investigação da identidade nacional e a apuração do autoconceito do brasileiro pôde apontar que alguns paradigmas historicamente estabelecidos estão sendo alterados, enquanto outros ainda persistem. O perfil identitário apurado pela pesquisa favorece a construção, por parte do estudioso da linguagem e, mais especificamente, do docente de língua portuguesa, de uma visão atualizada da identidade nacional, no recorte analisado, permitindo um trabalho consciente com as habilidades e competências vinculadas ao desenvolvimento da identidade nacional, conforme orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais