Análise da concepção da relação pensamento-linguagem no Transtorno do Pensamento Formal: um contraponto a partir da Psicologia Histórico-Cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Penetra, Steffi Lema Suárez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20727
Resumo: O transtorno do pensamento formal (TPF), tradicionalmente considerado o "sintoma" mais característico da esquizofrenia, é um construto psicopatológico cujas raízes remontam ao século XIX e cuja trajetória foi marcada por uma série de reformulações. Ao longo das décadas, conforme exposto no primeiro capítulo deste trabalho de pesquisa, teóricos filiados a diferentes abordagens psicopatológicas buscaram entender, descrever e explicar o TPF com base em quadros teóricos diversos. A publicação do DSM-III (APA, 1980) marca duas mudanças importantes relativas ao TPF: este sintoma não é mais considerado específico da esquizofrenia, podendo portanto estar presente em outros transtornos mentais; e opta-se por renomeá-lo como "fala desorganizada", em consonância com uma perspectiva que se pretende puramente descritiva, empírica e ateórica. No entanto, como evidenciado no segundo capítulo, a despeito das transformações que caracterizam sua trajetória, o construto do TPF permaneceu desde suas origens alicerçado em determinados pressupostos teóricos fundamentais, notadamente em concepções específicas acerca da relação pensamento-linguagem. Sendo assim, com o objetivo de fornecer elementos que possam contribuir para o debate a respeito das bases filosófico-epistemológicas que informam categorias psicopatológicas, o presente trabalho de pesquisa apresenta a teoria acerca da relação entre pensamento e linguagem elaborada por Lev Vygotsky, considerado o fundador da Psicologia Histórico-Cultural, junto a seus parceiros de pesquisa. Ao apresentar a perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, busca-se não apenas apontar o caráter de possibilidade, e não de necessidade, das premissas acerca da relação pensamento-linguagem subjacentes ao construto do TPF, mas sobretudo trazer um contraponto a partir do qual essas premissas podem ser questionadas e repensadas