Efeito de vesículas extracelulares liberadas por células de melanoma MV3 na polarização de macrófagos humanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bastos, Daniel Arthur Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22339
Resumo: Para o entendimento dos mecanismos envolvidos no crescimento tumoral é necessária a compreensão detalhada do seu microambiente, formado por diferentes componentes de matriz extracelular, fatores de crescimento, citocinas e diversos tipos celulares. Células do sistema imune presentes no microambiente podem apresentar suas funções modificadas de forma a auxiliar o crescimento tumoral. Nessa direção, a polarização de macrófagos nos fenótipos M1 e M2, bem como suas implicações no microambiente tumoral vem sido amplamente descrita. Evidências também apontam que este microambiente é rico em vesículas extracelulares (VE), produzidas abundantemente pelas células tumorais. As VE não apenas transportam informações moleculares de suas células de origem, mas também são capazes de modular a atividade de células alvo. Já foi demonstrado que VE provenientes de células tumorais são capazes de interagir com diferentes tipos celulares no microambiente e recentemente mostramos que VE derivadas da linhagem tumoral de melanoma humano MV3 são capazes de polarizar neutrófilos para um fenótipo pró-tumoral in vitro. No entanto, seus efeitos sobre macrófagos humanos ainda não foram elucidados. O objetivo deste estudo foi investigar se VE produzidas por uma linhagem de melanoma humano modulariam a atividade de macrófagos, alterando seu fenótipo em direção a um fenótipo semelhante ao M2 (tipo-M2). As VE foram obtidas isoladas a partir do meio secretado (meio condicionado) por células da linhagem celular MV3, posteriormente sendo quantificadas através de microscopia em tempo real (ZetaView®) e marcação para anexina-V por citometria de fluxo. Neste estudo vimos que as VE induziram a quimiotaxia de monócitos de maneira concentração-dependente, a qual é dependente da fosfatidilserina presente na membrana das VE, uma vez que a utilização de anexina-V bloqueadora reverteu este efeito. As VE também foram capazes de aumentar a expressão de CD206, marcador M2, na membrana dos macrófagos, bem como a liberação de IL-10 e TGF-β por estas células. Além disso, os macrófagos estimulados com VE apresentaram maior produção de ROS, porém seus níveis de NO não sofreram alterações. Corroborando o dado anterior, os macrófagos estimulados com VE apresentaram maior atividade de arginase e não demonstraram citotoxicidade contra células MV3 em cocultura. Além disso, após a inoculação intravenosa de VE em camundongos nude, observamos sua biodistribuição para diversos órgãos, como fígado, intestino, rins e pulmões, o que poderia contribuir para a metástase do tumor primário para o pulmão. Nossos dados revelam um possível mecanismo através do qual as VE modulam a atividade de TAM, sugerindo-as como possível alvo terapêutico visando a reversão da polarização de macrófagos e consequente inibição tumoral