Criminologia transviada: controle social de dissidentes sexuais e desobedientes de gênero no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Adler Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22884
Resumo: Esta pesquisa evoca a importância de uma abertura transdisciplinar da criminologia crítica para, na integração de estudos críticos sobre gênero e sexualidade, compreender as particularidades do controle social de dissidentes sexuais e desobedientes de gênero no Brasil. Para tanto, foram analisadas qualitativamente (i) pesquisas bibliográficas relacionadas aos referenciais teóricos; e (ii) a legislação penal e os discursos criminológicos brasileiros que possibilitaram o recrudescimento do controle sobre essa população. Em um primeiro momento, foram apresentados discursos que, no percurso das demandas por ordem do capital, sustentaram a ontologização dos conceitos de crime, sexo, gênero e sexualidade. Ficou constatado que, ao longo de nossa história, o controle social de pessoas transviadas no Brasil foi determinado, através de uma lógica colonial, por discursos vindos do Norte Global. Da moral cristã ao positivismo, passando pelas catalogações modernas, teorias foram utilizadas contra o nosso povo, em uma sistemática do poder punitivo. Com isso, confirmamos a hipótese de que houve uma construção colonial cisheternormativa que foi determinante para o desenvolvimento de uma cultura homotransfóbica em nossas terras. Por fim, negando a utilidade de respostas punitivas contra a homotransfobia – que reforçam o caráter racista de nosso sistema penal –, propomos o desenvolvimento de uma perspectiva transviada crítica na criminologia brasileira que possa ser instrumentalizada para salvar vidas em nossa região.