Avaliação da suscetibilidade às polimixinas em cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos de origens diversas comercializados nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22601 |
Resumo: | As polimixinas são empregadas como agentes terapêuticos de última linha para tratar infecções em humanos causadas por bacilos Gram-negativos multirresistentes produtores de carbapenemases. Na veterinária, a colistina foi utilizada por vários anos como promotor de crescimento na agropecuária, principalmemte em granjas e na suinocultura, sendo o seu uso para esta finalidade proibido desde 2016 no Brasil. Devido ao uso indiscriminado das polimixinas pelo mundo, a literatura descreve a disseminação da resistência a essa classe de antibióticos em cepas bacterianas isoladas de amostras diversas (clínicas, ambientais e de alimentos), em mais de 40 países e em todos os continentes. A resistência as polimixinas pode ser mediada por genes plasmidiais denominados mcr e por mutações cromossômicas em genes do sistema de dois componentes como phoP, phoQ, pmrA, pmrB ou no gene regulador desse sistema mgrB. A resistência à colistina mediada pelo gene mcr presente em plasmídeos, se propaga rapidamente entre as bactérias, tornando-se assim um problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suscetibilidade à colistina e à polimixina B em cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos. Assim, 330 cepas de E. coli viáveis e originadas de amostras de alimentos diversos: salsa [in natura (n=38); minimamente processada (n=55)], carcaças de frango (n=54), frutos do mar (n=161), purê de batata proveniente de dieta hospitalar (n=9) e leite pasteurizado (n=13) foram testadas. As cepas foram submetidas a uma triagem utilizando a metodologia de macrodiluição em caldo com uma concentração de sulfato de colistina a 4 μg/mL e, posteriormente, pelo método padrão ouro de microdiluição em caldo com colistina e polimixina B, seguindo os critérios do Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (BrCAST, 2022). Foi realizada a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para a detecção de genes mcr que conferem resistência às polimixinas (variantes 1-5 e 9). Das 330 cepas testadas, 14 (4,24%) demonstraram ser resistentes à colistina na triagem. Após a microdiluição em caldo, das 14 cepas presuntivamente resistentes à colistina, apenas uma cepa de E. coli isolada de carcaça de frango se confirmou resistente às polimixinas, apresentando uma concentração inibitória mínima de 128 μg/mL para colistina e >128 μg/mL para polimixina B. Nenhum gene mcr foi encontrado. Apesar da baixíssima taxa de resistência às polimixinas encontradas em nosso estudo, uma cepa de E. coli isolada de frango se mostrou resistente aos antibióticos testados. Portanto, é importante realizar ações de vigilância sanitária com a finalidade de evitar a disseminação de enterobactérias resistentes às polimixinas através da cadeia alimentar. Em adição, visto que a literatura brasileira não possui um número grande de trabalhos publicados sobre o tema, este estudo contribuiu para a obtenção de dados acerca da suscetibilidade de cepas de E. coli isoladas de diferentes alimentos, frente a utilização das polimixinas na produção de alimentos no país. |