"Parecia que não tinha dia, todo dia era noite": narrativas de egressos(as) do sistema penitenciário de Ponta Grossa!PR (2007-2019).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Kamile Aparecida Lemes de Lima de lattes
Orientador(a): Laverdi, Robson lattes
Banca de defesa: Carvalho, Alessandra Izabel de, Rovai, Marta Gouveia de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3397
Resumo: A vivência carcerária vem ganhando discussões no ambiente acadêmico, pois o número de pessoas que passam por essa experiência vem crescendo dia após dia. O imaginário social constrói imagens e representações sobre o espaço prisional e aquece o âmbito de discussões sobre violência, segurança pública e punição. Desta forma, os objetos de estudo desta pesquisa foram as narrativas e ressignificações de pessoas que passaram pelo sistema carcerário de Ponta Grossa-PR, no período de 2007-2019. O objetivo foi abordar os preconceitos e estigmas vivenciados em diferentes espaços sociais pelos egressos. Foi utilizada a metodologia prática da história oral de gravações de entrevistas, que contou com depoimentos de sete egressos, entre homens e mulheres. Utilizou-se como referencial teórico a perspectiva de Edward Palmer Thompson sobre o conflito com a lei e a construção de costumes coletivos, as categorias gênero e experiência de Joan Scott, o conceito de memória de Bezerra de Menezes e de identidade a partir de Pollak. Percebeu-se a partir da análise das memórias narradas alguns agravantes do sistema penitenciário, como: o abandono afetivo que as mulheres presas enfrentam, a interrupção do exercício da maternidade, os estereótipos de masculinidade reforçados nos códigos de ética e as tensões vividas no ambiente prisional. Quanto ao período posterior à reclusão, as memórias narradas apontam para o preconceito vivido na sociedade por ser egresso do sistema prisional, mesmo de amigos e familiares; a dificuldade em esquecer as memórias do período de reclusão; e o sonho de utilizar da própria história de vida para inspirar outros que venham a passar pelas mesmas experiências.