Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Escher, Graziela Bragueto
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Orientador(a): |
Rosso, Neiva Deliberali
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Banca de defesa: |
Ascari, Jociani
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Auler, André Carlos
,
Schnitzler, Egon
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Marques, Mariza Boscacci
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
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Departamento: |
Departamento de Engenharia de Alimentos
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3575
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Resumo: |
As flores azuis de Centaurea cyanus L. e Clitoria ternatea L. são usadas na medicina popular tradicional por apresentarem propriedades terapêuticas. A maioria dos estudos dos compostos bioativos utilizam como solventes de extração álcool metílico e álcool etílico acidificados com HCl ou H2SO4, sendo considerados prejudiciais ao organismo humano se consumidos. Os extratos destas plantas são consumidos na forma de chá, extraídos com água quente, pela população. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da temperatura e tempo na extração dos compostos bioativos com solvente atóxico e nas propriedades funcionais in vitro dos extratos das pétalas de C. cyanus e C. ternatea. O delineamento composto central rotacional 22 foi utilizado para avaliar o efeito dos fatores temperatura e tempo na extração dos compostos bioativos. Os resultados foram analisados por meio da regressão linear múltipla e análise por componentes principais. No extrato aquoso de pétalas de C. cyanus somente a temperatura influenciou o teor de compostos fenólicos totais, flavonoides não-antociânicos, e atividade antioxidante in vitro pela captura do radical DPPH. A temperatura de 68,3 °C e o tempo de 51,12 min foi a melhor condição para maximizar o teor de compostos bioativos e as propriedades funcionais in vitro. Os ácidos clorogênico, cafeico, ferúlico e p-cumárico, isoquercitrina, cumarina, cianidina 3-O-(6-O-succinilglicosídeo)-5-O-glicosídeo, e a apigenina 7-O-β-D-glucuronido-4'-O-(6-O-malonilglicosídeo) foram identificados no extrato aquoso otimizado de pétalas de C. cyanus. As propriedades funcionais in vitro apresentadas foram inibição da peroxidação lipídica, atividade anti-hemolítica e anti-hipertensiva. E baixa citotoxicidade (> 900 μg/mL) para as linhagens celulares HepG-2, Caco-2 e A549 e ação pro-oxidante em célula HepG-2 (10-100 μg/mL) sem causar danos e morte celular. As antocianinas presentes no extrato otimizado apresentaram um equilíbrio reversível e atividade antioxidante com a variação do pH. No extrato aquoso de pétalas de C. ternatea, a otimização indicou que os teores de compostos bioativos, atividade antioxidante in vitro, e parâmetros de cor foram semelhantes entre as temperaturas de 11,7 a 68,3 °C por 8,47 a 51,12 min. A análise por componentes principais revelou a temperatura de 40 °C por 30 min para maximizar a extração de compostos fenólicos totais. O extrato bruto liofilizado de pétalas de C. ternatea (EBLPCT) apresentou propriedades funcionais in vitro, atividades anti-hemolítica, inibidoras da enzima conversora de angiotensina I (ECA- I), das enzimas α-amilase e α-glicosidase, e da peroxidação lipídica em sistema biológico. O extrato parcialmente purificado de pétalas de C. ternatea (EPPCT) mostrou maior capacidade de absorção de radicais de oxigênio, inibição da cisão de DNA por radicais peroxila, e inibição da oxidação do colesterol LDL induzida por cobre. Ambos os extratos EBLPCT e EPPCT apresentaram baixa citotoxicidade frente às linhagens celulares A549, HCT8, e IMR90 (> 900 μg/mL), e apresentaram atividade antioxidante intracelular contra espécies reativas de oxigênio (> 100 μg/mL). Doze compostos foram tentativamente identificados por UHPLC-Q-TOF- MS/MS nos extratos EBLPCT e EPPCT. Na titulação espectrofotométrica direta/reversa, as antocianinas apresentaram alterações estruturais com mudanças na cor com a variação do pH, e reversibilidade estrutural com a preservação da atividade antioxidante in vitro. As antocianinas em ambos os valores de pH, 3,6 e 5,4, em presença e ausência de frutooligossacarídeos apresentaram elevada energia de ativação. Os extratos exposto à luz apresentaram elevados tempo de meia vida em presença e ausência de frutooligossacarídeos. Os resultados obtidos permitem uma ampliação do estudo com a determinação de novas propriedades funcionais in vitro e in vivo para potencial aplicação tecnológica. |