Representações de espaços de memória: musealização da memória da identidade da colônia Castrolanda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Samara Hevelize de lattes
Orientador(a): Cordova, Maria Julieta Weber lattes
Banca de defesa: Iachtechen, Fábio Luciano, Johansen, Elizabeth
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3410
Resumo: A pesquisa, com base na construção do museu como espaço social, tem como objetivo o estudo das representações construídas pelos imigrantes holandeses na Colônia de Castrolanda, no município de Castro, Paraná, nos três espaços museais da comunidade: Museu Casa do Imigrante Holandês (1991-2016), Memorial de Imigração Holandesa - Moinho De Immigrant (2001) e Museu Histórico - Boerderij (2016). A metodologia utilizada foi pesquisa documental sobre a história da colônia e dos três museus locais, em conjunto com a observação participante, na qual me insiro nos locais de convivência da Colônia, como historiadora do Centro Cultural Castrolanda, observando como os moradores da comunidade se representam e ressignificam seus espaços e tradições. Partindo da análise dos elementos utilizados na arquitetura e nas narrativas presentes nas exposições inaugurais, considerei o local, a disposição dos acervos, os elementos simbólicos e, portanto, as representações construídas em relação à memória e à identidade dos imigrantes e descendentes. A pesquisa teve como referenciais teóricos: Roger Chartier (1990; 1991; 2002; 2011) sobre o conceito das representações; Mário Chagas (2007; 2009; 2013) e Dominique Poulot (2013), na discussão sobre o museu enquanto espaço social, Joel Candau (2012) na abordagem sobre o conceito de identidade; Jan Assmann (2016) e Maurice Halbwachs (2017) dialogando sobre o conceito de memória cultural e memória coletiva; Stuart Hall (2003; 2006) sobre a identidade reconstruída no hibridismo cultural; e o conceito de “lugares de memória” de Pierre Nora (1993), permitindo a análise dos museus por meio da tríade dos lugares de memória, definido como físico/material (o espaço material de consolidação da memória), o simbólico (a representação simbólica desta memória) e uso/funcional (prática e expressão). Compreendeu-se que o museu está além da perspectiva de um “gabinete de curiosidades”, mas um espaço de transmissões históricas, memoriais e culturais, um espaço social que musealiza a memória e a identidade de um determinado grupo. Sendo formado por um local, por acervos e pela ligação que estes dois elementos estabelecem com os indivíduos que interagem, sejam produtores ou receptores dessas transmissões. A tríade permite o entendimento do museu enquanto um espaço de memória, que constrói narrativas e representações entre objetos musealizados e a construção simbólica de uma imagem “ausente”, no caso de Castrolanda estas imagens são o ser imigrante e o ser holandês de Castrolanda, construídos na memória e na identidade da comunidade estudada.