A musealização de um homem-semióforo: a coleção Hugo Simões Lagranha em um museu municipal (Canoas/RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jaeger, Júlia Maciel
Orientador(a): Possamai, Zita Rosane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/215018
Resumo: Este estudo se propôs a analisar o processo de musealização da Coleção Hugo Simões Lagranha pelo Museu Municipal de Canoas/RS e as mudanças institucionais que ocorreram em sua decorrência. Lagranha foi prefeito de Canoas por seis mandatos entre 1954 e 2000. Assinou o decreto de criação do Museu em 1990 e, em 2007, após seu falecimento, a viúva Derna Paim realizou a doação da coleção supracitada. Além do aumento significativo no acervo, Lagranha tornou-se patrono da instituição, que desde então leva o seu nome. Para compreender o processo de musealização, foi realizada uma revisão do histórico da cidade, do ex-prefeito e do Museu. Além disso, buscou-se analisar discursos e representações que a coleção e as exposições do Museu constroem e disseminam acerca do ex-prefeito. A pesquisa utilizou-se do método de estudo de caso, a partir da análise documental realizada por meio de documentações do Arquivo Histórico de Canoas e do Museu, tais como: jornais; livros tombo e fichas catalográficas; recibos de doação de acervos. Além desses, as exposições do Museu também se constituíram em objetos de análise. A construção do referencial teórico foi promovida pela análise dos conceitos de museu de cidade, coleções, semióforo, musealização, representação, biografia, memória e poder, dialogando com diversos autores, entre os quais: Sandra Jatahy Pesavento, Ulpiano T. Bezerra de Meneses, Zita Rosane Possamai, Tereza Scheiner, Marília Xavier Cury, Krzysztof Pomian, Roger Chartier, Pierre Bourdieu e Mário Chagas. O trabalho refletiu sobre a conceituação de museu de cidade e museu municipal, categorias que se confundem no âmbito brasileiro; ressaltou que o Museu tem sua trajetória marcada por três fases que indicam modus operandi diferentes: Seção de Arquivo Histórico e Museu, Museu Municipal de Canoas e Museu Hugo Simões Lagranha. Identifica que Lagranha é representado nas exposições através dos vieses de ícone apolítico, grande gestor e doador do Museu. Conclui que o Museu Hugo Simões Lagranha é principalmente um disseminador de representações anteriormente construídas sobre o ex-prefeito pelos jornais locais, propiciando um espaço de consagração e celebração de sua figura, sem ousar problematizar ou explorar novas abordagens acerca de seu acervo.