Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vedam, Verônica Vitória
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Orientador(a): |
Eger, Iriane
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Banca de defesa: |
Costa, Michele Dietrich Moura,
Pereira, Maria Isabel Lovo Martins Busch |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas
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Departamento: |
Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3285
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Resumo: |
A infecção por Trypanosoma cruzi causa a doença de Chagas, condição que afeta cerca de 8 milhões de pessoas em todo o mundo. O T. cruzi secreta vesículas extracelulares (VEs) que participam da interação parasito-hospedeiro e contribuem para o sucesso da infecção, por carrearem moléculas funcionais como proteínas e pequenos RNAs. Trypanosoma rangeli, protozoário não patogênico, desencadeia uma imunidade parcialmente protetora contra T. cruzi em animais previamente sensibilizados, resposta associada à antígenos de membrana compartilhados entre os parasitos. No entanto, os mecanismos imunes e componentes antigênicos envolvidos nessa resposta protetora ainda não foram totalmente elucidados. Dados prévios do nosso grupo mostraram que VEs de T. cruzi e T. rangeli são imunogênicas e apresentam reatividade cruzada no soro de animais previamente infectados e no soro de indivíduos chagásicos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi identificar as proteínas antigênicas de VEs de T. cruzi e T. rangeli. As VEs provenientes de formas epimastigotas foram purificadas, caracterizadas por Nanoparticle Tracking Analysis (NTA) e submetidas à extração de proteínas. A avaliação antigênica foi realizada por meio de Western blot (WB) e ELISA, utilizando extrato total de epimastigotas e VEs de células Vero como controles. Por fim, a identificação do proteoma das VEs de T. rangeli e T. cruzi foi realizada por espectrometria de massas (LC-MS/MS) e análises de bioinformática. O perfil eletroforético dos extratos de VEs revelou bandas em comum (~50 kDa) entre as VEs de T. cruzi e T. rangeli. Porém, o processo de lise e/ou as condições desnaturantes a que foram submetidas não permitiram a caracterização do perfil de imunorreação dessas VEs frente aos soros murinos pelo WB. No ELISA, também houve ausência de imunorreação nos soros murinos testatos em VEs lisadas. Somente quando testadas VEs nativas os soros foram reativos. A análise inédita do proteoma das VEs de epimastigotas de T. rangeli revelou 101 proteínas, destas 14 foram comuns às proteínas identificadas em VEs de epimastigotas e/ou tripomastigotas de T. cruzi, 5 apresentaram função de interação parasito-hospedeiro (homólogas as proteínas de T. cruzi), além da presença de vários dos componentes característicos de VEs. Dentre as 14 proteínas detectadas em comum nas VEs de T. cruzi e T. rangeli, duas tiveram epítopos imunogênicos indentificados in silico (KMP-11 e pirofosfatase de próton vacuolar 1). Esses resultados reforçam a semelhança antigênica entre as VEs estudadas e sugerem que a imunogenicidade dessas VEs provém de proteínas de superfície de membrana. Assim, os dados gerados corroboram com o potencial vacinal de VEs de T. rangeli para a doença de Chagas e/ou a sua aplicação como um biomarcador, e apontam alvos para serem avaliados em estudos adicionais nessas áreas. |