Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bertolo, Gabrielle Medeiros
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Orientador(a): |
Ferro, Marcelo Machado
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Banca de defesa: |
Zanoveli, Janaína Menezes
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Pereira, Romaiana Picada
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas
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Departamento: |
Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3538
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Resumo: |
Apesar do aumento da população apresentando obesidade, da maior elucidação de sua fisiopatologia, e do conhecimento atual sobre programação metabólica e uterina, poucas pesquisas relacionam a obesidade das mães com possíveis transtornos comportamentais nos seus filhos. Considerando o desenvolvimento e crescimento dos sistemas nervoso e endócrino nas fases intrauterina e de lactação, a justificativa deste trabalho foi poder demonstrar que as complicações da obesidade não se restringem ao paciente que a porta, mas também podem acometer os descendentes. Com base nessas informações, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento e perfil lipídico de ratos filhotes de mães obesas. O método utilizado para provocar obesidade nas ratas mães foi a dieta de cafeteria (DCaf), que consiste no oferecimento de alimentos ricos em calorias, composta por excesso de carboidratos e/ou lipídeos. Foram utilizadas 23 fêmeas divididas em dois grupos, sendo um tratado com ração e outro com DCaf. Após o desmame de seus filhotes, as mães passaram por testes de comportamento tipo-depressivo, tipo ansioso e de avaliação de memória, sendo então sacrificadas. Foi separado um filhote macho de cada fêmea, os quais, com aproximadamente 111 dias de vida, passaram pelos mesmos testes comportamentais que as mães com posterior sacrifício. Todos os animais foram pesados semanalmente e tiveram sangue e gordura separados, após sacrifício, para posterior análise. Os testes comportamentais realizados foram: Campo Aberto, Labirinto em Cruz Elevado, Reconhecimento de Objetos, Nado Forçado e Splash Test, este último realizado apenas com os filhotes. Foi observado que as mães apresentaram obesidade, aumento no tempo de imobilidade e diminuição no tempo de natação no Nado Forçado, não houve alterações nos exames bioquímicos de sangue e demais testes comportamentais. Os filhotes das mães obesas apresentaram maior acúmulo de gorduras em relação ao peso corporal, além de um maior tempo de imobilidade no Nado Forçado e um maior tempo de latência para o início do grooming no Splash Test. No entanto, os filhotes não apresentaram diferença no comportamento tipo ansioso no teste do labirinto em cruz elevado, nem alteração de memória no teste do reconhecimento de objetos. Conclui-se que a obesidade materna pode provocar alteração comportamental do tipo depressivo em filhotes. A obesidade nas mães pode provocar uma resposta inflamatória aumentada, cujos mediadores causam a redução da disponibilidade de serotonina, de fator neurotrófico derivado do cérebro, ou ainda a modulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Tais mediadores, ou outros hormônios relacionados a obesidade, como a leptina, podem atravessar a placenta e provocar alterações na formação do sistema nervoso central dos filhotes, interferindo no seu comportamento quando adultos. |