A construção de uma identidade viável na pesquisa LGBT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barreto, Igor Antonio lattes
Orientador(a): Braga, Lucimar Araújo lattes
Banca de defesa: Fraga, Letícia lattes, Fachin, Paulo Roberto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3924
Resumo: Nessa dissertação, preocupada com as questões de gênero e sexualidades, no campo dos estudos da linguagem, reflito sobre a construção de uma identidade viável na pesquisa LGBT, dando continuidade a um trajeto acadêmico e pessoal próprio, mas também compartilhado com a coletividade: a comunidade LGBT em suas infinitas expressões e corpos. E este é o objetivo geral deste trabalho, o de refletir a ação concreta da pesquisa acadêmica em linguagens, na vida das pessoas LGBT, apresentando olhares da comunidade LGBT em direção à universidade. A hipótese levantada, comprovada por esta empreitada, é de que a pesquisa acadêmica em linguagem, gênero e sexualidades – por mais que se proponha a isso – não consegue tocar, efetivamente, as vidas com que se importa. Orientam-me na Teoria da Performatividade, no âmbito da Nova Pragmática, Austin (1990); Butler (1997; 2003; 2004; 2021); Rajagopalan (2004; 2010) e Pinto (2013; 2015). Para trilhar esse caminho teórico- metodológico articulei a realização da revisão de literatura, feita no banco de pesquisas da Biblioteca Nacional Digital de Dissertações e Teses, resultando em oito trabalhos de mestrado; com o diálogo com doze pessoas identificadas pela dissidência de gênero e sexualidades, as quais por meio de questionário, produção manuscrita e entrevista transcrita, de acordo com suas demandas específicas, narraram-se, expressando como se compreendem, como compreendem gênero e sexualidades; como é ocupar no mundo sua posição identitária, os possíveis limites sociais encontrados, sua relação com o espaço universitário, e como visualizam e sentem a pesquisa no campo dos estudos da linguagem e a respeito de si mesmos. Esses procedimentos foram aprovados pelo Parecer 5.684.681. Partindo desse corpus, com a Análise Textual Discursiva (MORAES; GAGLIAZI, 2014), eu, enquanto professor e pesquisador LGBT, e as pessoas que estiveram e escrevem comigo, elaboramos as seguintes categorias para discussão: identidade em performances; o corpo palco de performances; a mesma universidade, diferentes espaços e posturas; violências; e acolhimentos. O que se apresentou como reflexão originada nas provocações, tentativas, idas e vindas do processo de escrita desse trabalho alcança as pessoas que pesquisam linguagem, quando digo que o questionamento sobre o lugar que ocupamos e nossos corpos deve ser constante; e que o reconhecimento às pessoas dissidentes de gênero e sexualidades, preocupando-nos com elas, sua vida, seus afetos, as possibilidades e potências, para além de sua contribuição com a pesquisa, não pode ausentar-se, como se vê contemporaneamente e como demonstrei, ao atribuir a elas o lugar de sujeitos de pesquisa. Além disso, constato que as instituições, especialmente a universidade, têm um longo caminho a percorrer, ampliando o acesso, e garantindo a permanência desses corpos, que hoje se veem, ao ferir as normatividades de gênero e sexualidades, condenados à margem. Com isso em mente, proponho ações de combate à LGBTfobia e suas violências, a serem adotadas no contexto em produzo, pesquiso, ensino, aprendo e vivo.