Protagonismo feminino na militância: ocupação de escolas de São Paulo em 2015 e do Paraná em 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barbosa, Denise Alves de Andrade lattes
Orientador(a): Ferreira, Angela Ribeiro lattes
Banca de defesa: Schactae, Andréa Mazurok lattes, Petruski, Maura Regina lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação Profissional em Ensino de História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3535
Resumo: Este estudo analisa o protagonismo feminino nas manifestações estudantis principalmente no estado de São Paulo em 2015, que serviram de inspiração para as ocupações em todo país em 2016, sendo que o número de instituições ocupadas mais expressivo foi no estado do Paraná. Em São Paulo, o governo de Geraldo Alckmin, do PSDB, anunciou uma reorganização escolar na qual os colégios seriam divididos por ciclos de ensino: uma medida que acarretaria a transferência compulsória de um número expressivo de estudantes. No estado do Paraná, os alunos da rede pública ocuparam, no auge do movimento, mais de 800 escolas na tentativa de pressionar o governo federal a retirar a proposta de reforma do ensino médio (MP 746) feita pelo governo do Presidente Michel Temer e encaminhada ao Congresso Nacional por medida provisória. As ocupações no estado também eram um protesto contra a PEC 241: essa proposta de emenda constitucional propunha um teto para os gastos públicos, afetando principalmente as áreas da Saúde e da Educação. Em meio a esses movimentos, pôde-se notar a presença feminina marcante tanto na participação ativa nas assembleias estudantis como sendo porta-vozes desses movimentos nos relatos feitos pela mídia. O objetivo central é identificar e analisar o protagonismo das meninas nas ocupações, seja na organização interna da escola ou nas manifestações públicas organizadas pelo movimento. As fontes utilizadas na pesquisa são as notícias da imprensa, Folha de São Paulo e Gazeta do Povo, além da entrevista realizada com quatro meninas integrantes do movimento de ocupação em São Paulo. A metodologia utilizada é a análise de conteúdo das notícias da imprensa no período das ocupações e a análise das entrevistas realizadas. A análise mostra, comparativamente, o viés ideológico político da imprensa de direita, que coloca os estudantes como vândalos depredadores de patrimônio público que atrapalham o funcionamento regular das escolas; enquanto a mídia que se coloca como de esquerda trata dos atos de ocupação como defesa da Educação. Nas entrevistas realizadas, as vozes das meninas militantes da causa deram uma proximidade maior da perspectiva interna sobre os objetivos e organização dos ocupantes dentro de suas escolas, oposta à retratação da direita.