Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Felipe
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Orientador(a): |
Fraga, Letícia
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Banca de defesa: |
Nascimento, André Marques do
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Pinto, Eliana Souza
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
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Departamento: |
Departamento de Estudos da Linguagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4086
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Resumo: |
O presente trabalho consiste em trazer outras perspectivas de pensamento sobre a linguagem a partir das práticas e dos pensamentos indígenas de retomadas, principalmente a partir dos povos indígenas do Nordeste. O percurso da pesquisa acontece pelas narrativas e contra-narrativas do campo de pesquisa trazida pelos povos em relação à história e às narrativas oficiais do Estado. A linguagem para os povos indígenas em retomada funciona como ativação de sua ancestralidade e como resistência de seus modos de viver para proteção de seus territórios e suas narrativas. Metodologicamente, iremos propor as retomadas indígenas como método para entender os atravessamentos dos percursos pela linguagem indígena nos sonhos, na oralidade, na memória e com os encantados. A perspectiva final deste trabalho é de tomar posição como referência de pensamento epistemológico na área da linguagem e da linguística aplicada acerca deste tema, ajudando aos povos indígenas a ampliarem o debate sobre linguagem e colonialidade. Ao longo desta dissertação, iremos abordar conceitos acerca da linguagem indígena abordados e vistos na prática do campo da pesquisa. Utilizamos como campo de pesquisa os encontros de linguagem que foram vivenciados na localidade de Moitas/CE, que é distrito de Amontada/CE. Como resultados, entendemos e observamos que a linguagem das retomadas destes povos no Nordeste se articula e acontece por outros espaço-tempo, por outras organizações da consciência e por outras relações com o território. Este movimento nos demonstrou que, mesmo sem possuir a língua materna indígena nos termos em que considera a Linguística ocidental, os povos indígenas do Nordeste continuam a ter conexão com a linguagem do território e dos seus ancestrais, conservando seu modo de vida. Este movimento também nos faz observar que, com o movimento da guerra dos mundos de colonização, o argumento de que o indígena é puro por ter sua língua materna é falacioso. Como há diferentes perspectivas de guerra de colonização, este trabalho analisa essa guerra conceitual e epistemológica a partir da linguagem dos povos indígenas do Nordeste. Por fim, observarmos isto e percebemos que a linguagem ancestral indígena se move por energias de giros e saltos linguísticos de resistência contra a especulação e o avanço do capital sobre os territórios indígenas. Ao final, propomos que este pensamento e prática metodológica sejam levados em consideração cosmopolítica quando formos observar os povos indígenas no Nordeste e não mais levantar o argumento de que, por não possuírem mais a língua materna nos termos da Linguística ocidental, não podem ser considerados indígenas. |