Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Carlos Rafael
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Outros Autores: |
Xucuru-Kariri, Rafael |
Orientador(a): |
Zimmermann, Clóvis Roberto
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Banca de defesa: |
Graúna, Graça
,
Potiguara, Rita
,
Barbosa, Bartira Ferraz
,
Cruz, Felipe Sotto Maior
,
Vargas, Felipe
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38055
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Resumo: |
No Brasil, os povos indígenas escrevem cartas desde o século XVII, mas essa produção epistolar não recebeu a devida atenção dos analistas políticos, cientistas e formadores de opinião. Nesta pesquisa, apresento e analiso um conjunto de 1000 cartas escritas nos últimos cinquenta anos, presentes no site As Cartas dos Povos Indígenas ao Brasil - primeiro arquivo digital de correspondências entre esses povos e a sociedade brasileira. Caracterizo o conjunto de documentos por meio da análise de conteúdo, utilizada para compreender quem são os indígenas que escrevem as cartas, para quem são destinadas, quais assuntos são abordados e para que os povos escrevem. Percorro o caminho dessas cartas, em diferentes contextos políticos, analisando como o discurso público dos povos indígenas reivindica suas terras com base em concepções próprias de justiça, retomada, Bem Viver e liberdade, diante de um Estado caracterizado como colonial, tutelador da vontade dos indígenas e voltado para um projeto de morte. Para tanto, mapeio a circulação das cartas e as defino como documentos públicos dos povos indígenas sobre si e sobre as sociedades com as quais convivem, buscando compreender como é viver e morrer sendo indígena no Brasil. Trabalho com os referenciais teóricos de Duncan Ivison (2020), sobre as manifestações dos povos indígenas para as democracias liberais contemporâneas, com as concepções de carta pública de Maria José Bergia (2019) e Suzane Costa (2013), aliadas às reflexões de Ailton Krenak (2015) sobre o lugar dos povos indígenas na sociedade brasileira. Finalizo este estudo demonstrando como a retomada do Brasil pela política se manifesta e se potencializa por meio do fenômeno da comunicação pública entre os indígenas e o país. |