(Des)caminhos das Jornadas Meridionais: representações indígenas e estratégias de mediação cultural no contexto indigenista em meados do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira , Jessica Caroline de lattes
Orientador(a): Benatte, Antônio Paulo lattes
Banca de defesa: Martins, Ilton Cesar, DeNipoti, Cláudio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2588
Resumo: Pensando nas formas de interpretação e representação das nações indígenas, esta pesquisa tem por intuito investigar um conjunto de itinerários de viagens publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, conhecido como as Jornadas Meridionais. Este mosaico de experiências e percepções, legou à informações referentes à localização, dinâmicas cotidianas e descrições acerca da fisionomia e personalidade de grupos nativos. Face a essas colocações, o marcante nestas narrativas se deve ao fato de desvelarem as estratégias utilizadas por seus interlocutores a fim de criar laços de sociabilidade e, por assim dizer, alcançar o sucesso nos seus intentos particulares e vinculados à sociedade indigenista. Deste modo, John Henry Elliott, Joaquim Francisco Lopes e José Joaquim Machado de Oliveira, a partir de seus vínculos com o barão de Antonina, embrenharam-se pelos sertões meridionais a fim de mapear, descrever e catalogar dados referentes às rotas terrestres e fluviais que ligavam Curitiba ao Baixo Paraguai e, no decorrer deste processo, observar as formas, as cores, as gentes que coloriam as paisagens de seus (des)caminhos. Dialogando com os interesses e estratégias indigenistas, as representações delineadas por estes agentes revelam que a aproximação com os grupos nativos foi fruto de práticas ligadas à persuasão e brandura, as quais utilizavam-se de elementos tradicionais para mediar as situações de fronteira e contato intercultural. Partindo destes pressupostos, os instrumentos de mediação cultural oportunizaram não só o encontro e trocas entre universos distintos, como também, uma ressignificação ao papel criado às nações indígenas que, resultado do contexto social e político do oitocentos, era pensado de formas múltiplas, oscilando suas figurações no cenário nacional. Logo, dentro deste caleidoscópio, o objeto central é analisar as referências realizadas às nações indígenas e, mais do que isso, demonstrar os mecanismos de mediação cultural adotados para desenvolver e alicerçar alianças. Além disso, por meio destas descrições, podem-se revelar os sertões meridionais enquanto um espaço de possíveis diálogos e não só permeado de tensões, perigos e conflitos, como era comum se apresentar.