Os sentidos da docência para alunos do magistério indígena: o papel da língua como mediação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Áurea Lúcia Magalhães Cardoso de Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15689
Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo analisar o papel da língua enquanto função psicológica superior na mediação do processo de constituição da docência indígena, buscando compreender sua influência no modo de ser e agir dos sujeitos e na transformação e manutenção da cultura. Por meio dos indicadores de sentidos, buscamos compreender os aspectos implicados na formação para o magistério, que se realiza em grande parte por professores não indígenas, utilizando-se da língua portuguesa como mediadora do processo. Este estudo se localiza dentro do espectro da Psicologia Escolar, e adotou como aporte teórico-metodológico a Psicologia Histórico-cultural, que tem como principal representante Vigotski. O contexto da pesquisa foi o Curso Magistério Indígena Tamî kan, no Estado de Roraima, e a forma de construção das informações com os estudantes foram observações de aulas e dez entrevistas semiestruturadas com os estudantes do curso, sujeitos desta pesquisa e três entrevistas com três dirigentes do curso em questão, os quais denominamos de informantes. Como procedimento de análise, elegemos recortes contextuais de que participam os sujeitos tomando a vivência como eixo norteador de nossas postulações e focalizando a família, a vida escolar, a formação no magistério e a atividade profissional. Os resultados sinalizam sentidos positivos sobre a profissão de professor e a grande valorização da docência como ação compromissada e capaz de transformar a realidade educacional que vivenciam nas comunidades, assim como a própria comunidade e a si próprios. Ainda como resultados, constatou-se que as configurações de sentidos sobre a docência são forjadas em meio a inúmeras contradições vivenciadas pelos estudantes desde muito cedo, abarcando a influência da história e das culturas que permeiam suas experiências e vivências. Essas contradições derivam da atribuição que a comunidade e a sociedade indígena conferem aos professores, por um lado, e da cobrança desta mesma comunidade e sociedade a estes profissionais, tais como: conhecer diferentes temas, manter o compromisso com suas comunidades. ter o domínio da língua indígena e primar pela construção de hábitos e condutas universais.