Trilhando caminhos interdisciplinares: desenho, o resgate do traço para o/a professor/a de ciências.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Onnoda, Rute Yumi lattes
Orientador(a): Silva, Josie Agatha Parrilha da lattes
Banca de defesa: Heerdt, Bettina lattes, Melo, Marcos Gervânio de Azevedo de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática
Departamento: Departamento de Matemática e Estatística
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3721
Resumo: Esta pesquisa é de concepção interdisciplinar entre a Arte e a Ciência, a partir de questões de Ensino. A referência ao Ensino engloba as modalidades do ensino formal e do não formal. A proposta interdisciplinar na pesquisa trabalha com a concepção de integração entre saberes – e sabores (ANASTASIOU, 2015) –, para fortalecer a comunicação e a articulação entre as áreas em seus pontos convergentes, implicando partilhas teóricas, práticas e intersubjetivas. Nosso objeto de estudo é o Desenho, como linguagem, o ato de desenhar, riscar, traçar. Para muitos adultos, trata-se de uma atividade que precisa ser retomada, recuperada e/ou resgatada, pois, apesar da afirmação “não sei desenhar” ser frequente, na sociedade brasileira atual, não se caracteriza como um primeiro encontro entre as pessoas/adultos e o Desenho. A proposta foi inicialmente visualizada a partir da experiência vivida, no espaço não formal de ensino de Desenho. Definimos a fenomenologia de Husserl (2012) como pressuposto filosófico da pesquisa, porque, para a fenomenologia, o conhecimento não deve excluir o ser humano, a realidade vivida, portanto, a subjetividade. Nossas interrogações foram: O que é isto, o Desenho? O que é o Desenho para a Ciência? O que é o Desenho para o Ensino de Ciências?, para descrever a Ensinagem do Desenho para professores de Ciências, objetivo geral da dissertação. Buscamos, na experiência intersubjetiva, a compreensão do fenômeno e, desta forma, optamos por encontros no formato de oficinas, por serem espaços privilegiados para interações (MELO; MAIA; CHAVES, 2016). Além disso, encontramos na A/r/tografia uma metodologia de pesquisa baseada em Arte, que privilegia, na escrita, uma linguagem própria para o espaço intermediário e interdisciplinar, e que oferece o suporte metodológico para o estabelecimento de um ambiente teórico, permitindo a ampliação das percepções sobre o nosso tema. Por meio das aproximações neste espaço teórico, foi possível propor uma releitura para a proposta de Betty Edwards, um dos saberes no ensino de Desenho, a partir da fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty (2020 [1945]). Desenvolveu-se a Oficina, e, na sequência, houve coleta de relatos dos participantes, docentes, discentes ou egressos dos cursos de licenciaturas em geral da UEPG, e programas de pós-graduações em ensino/Educação, que aceitaram voluntariamente participar da oficina de Percepção Visual do Desenho. Esses dados foram analisados na perspectiva fenomenológica. Os resultados se caracterizam como parte fundamental dessa pesquisa, mas não pretendem esgotar a temática, nem encerrá-la, indicam que o Desenho é uma importante ação-ferramenta que se relaciona simbioticamente com a Ensinagem de Ciências, além de constituir uma linguagem (DERDYK, 2020) historicamente constituinte do saber, que tem a capacidade de criar relações que promovem caminhos novos de ensino e aprendizagem. Considera-se também que há necessidade de revisão e de abertura para a discussão dos saberes em Desenho nesse campo.