Avaliação do potencial citotóxico de extratos de Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cruz, Luiza Stolz lattes
Orientador(a): Beltrame, Flávio Luís lattes
Banca de defesa: Oliveira, Thais Latansio de, Costa, Michele Dietrich Moura, Boscardin, Patrícia Mathias Döll, Cavalieri , Edneia Amancio de Souza Ramos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3453
Resumo: Câncer é um grande grupo de doenças malignas caracterizadas por crescimento descontrolado de células em várias partes do corpo. Trata-se de um problema de saúde pública dada as altas taxas de mortalidade e assim, a busca de novos fármacos para o tratamento deste problema se faz necessária. Nesse sentido, o látex da espécie Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns é utilizado popularmente, na forma de garrafada, para o tratamento de câncer e são encontradas na literatura evidências do seu efeito antitumoral in vitro e in vivo. Nesse trabalho avaliou-se o potencial citotóxico de frações, subfrações e eufol, substância isolada dessa matriz vegetal. Para tanto, utilizou-se cinco linhagens tumorais, uma modelo de leucemia (K-562), duas modelos de câncer colorretal (HT-29 e HCT 116) e duas modelos de câncer de mama (MCF-7 e MDA-MB 231). O potencial citotóxico foi determinado a partir da viabilidade celular, empregando o método de redução de MTT. O CI50 (concentração inibitória 50%) e o índice de seletividade (IS) foram calculados, esse último em relação às células não neoplásicas. Além disso, buscou-se investigar possíveis mecanismos de ação associados à citotoxicidade. Os ensaios de análise de morfologia celular e de ciclo celular foram realizados para as linhagens K-562 e HL-60 e, o ensaio de ativação de caspases 3 e 7, foi realizado para as linhagens MDA-MB 231e HL-60. A fração hexano apresentou um CI50 de 7,78 μg/mL, já entre as subfrações avaliadas, a melhor foi a etanol com CI50= 1,26 μg/mL e o eufol também foi citotóxico com CI50= 34,44 μM, para a linhagem K-562. O estudo de seletividade revelou que a subfração diclorometano é seletiva frente a linfócitos e monócitos de sangue periférico humano, com valores de 7,42 e 9,11, respectivamente; todavia o eufol apresentou parâmetro de seletividade até 2,35. As subfrações diclorometano e etanol e o eufol ativaram as caspases 3 e 7 e alteraram a morfologia e o ciclo celular das células HL-60 e K-562. Enquanto que para as demais linhagens observou-se que a exceção da fração metanol, as frações reduziram a viabilidade celular em mais de 50%, sendo o mais baixo valor de CI50 (7,77 μg/mL) obtido para a linhagem MDA-MB 231 com a fração acetato de etila. As subfrações também se apresentaram citotóxicas às linhagens de câncer colorretal e de mama, sendo as células MDA-MB 231 as mais sensíveis ao tratamento com subfração diclorometano (CI50= 16,76 μg/ mL). O eufol foi citotóxico a todas as linhagens, destacando o valor de CI50 de 12,38 μM obtido para as células MDA-MB 231. Em comparações com a linhagem não tumoral HEK-293 a fração acetato de etila apresentou IS= 9,85 para a linhagem MDA-MB 231 e o eufol, IS= 6,47, para a mesma linhagem. Os tratamentos com a fração acetato de etila, a subfração diclorometano e o eufol promoveram a ativação das caspases 3 e 7 em células MDA-MB 231. Assim, tem-se que as matrizes vegetais obtidas do látex de Euphorbia umbellata possuem potencial citotóxico, bem como a substância isolada, eufol, e esse efeito se dá, possivelmente, pela indução da apoptose.