Estudo biomonitorado do extrato da folha da Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns para a proposta de formação de nanopartículas de prata contendo ativos vegetais com potencial biológico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rosa, Rosana Letícia da lattes
Orientador(a): Beltrame, Flávio Luis lattes
Banca de defesa: Bet, Camila Delinski lattes, Boscardin, Patrícia Mathias Döll lattes, Campos, Patrícia Mazureki lattes, Cruz, Luiza Stolz lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3743
Resumo: A utilização de produtos naturais tanto para prevenção como tratamento de doenças é algo muito antigo e realizado muitas vezes empiricamente pela população. Como exemplo, pode-se destacar o uso popular de extratos da Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns, conhecida popularmente como janaúba, cega-olho ou cola-nota a qual é utilizada para o tratamento de câncer, úlcera gástrica, processos inflamatórios e outras doenças . No mesmo sentido, são escassos os estudos que avaliam sistemas nanoestruturados contendo substâncias presentes em extratos vegetais com potencial medicinal; como nanopartículas de prata (obtidas pelo processo de síntese verde). Esse trabalho propõe uma avaliação quali-quantitativa dos principais metabólitos vegetais presentes nos extratos obtidos a partir das folhas de E. umbellata e estudo biomonitorado frente a linhagens celulares de câncer de pulmão (A549 e H292) e cepas de microrganismos (Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus), buscando identificar os extratos mais ativos que possam ser empregados no desenvolvimento de nanopartículas de prata. Após obtenção das nanopartículas preparadas a partir dos extratos mais ativos, se propõe avaliar físico-quimicamente estes sistemas e o potencial terapêutico frente aos modelos de avaliação da citotoxicidade e atividade antimicrobiana. Assim, foram identificados metabólitos secundários como taninos, flavonoides, alcaloides e terpenos nos extratos avaliados. A quantificação de terpenos foi realizada nos 5 extratos, a fração hexano apresentou maior concentração (7,24 mg de eufol/ g de extrato) e o extrato aquoso apresentou a menor concentração de terpenos (0,20 mg de eufol/ g de extrato). Os extratos diclorometano e hexano apresentaram os melhores resultados para a concentração inibitória mínima. A avaliação da citotoxicidade frente à linhagem A549 demonstrou que os extratos hexano e diclorometano foram os mais ativos, com IC50 de 5,28 ± 1,40 e 2,74 ± 0,89 respectivamente. Para as células H292 o extrato de diclorometano foi o mais ativo com IC50 de 27,52 ± 7,43. Os extratos hexano e diclorometano foram empregados no desenvolvimento das nanopartículas de prata. A análise visual das amostras e a avaliação utilizando espectrometria UV-vis demostraram que houve formação de nanopartículas de prata com 35 minutos de exposição à luz artificial (para os dois extratos). As nanopartículas obtidas apresentaram tamanho médio de 166,9 ± 1,3 nm e 277,8 ± 1,4 mm, índice de polidispersão de 0,405 ± 2,3 e 0,422 ± 1,8, e potencial zeta de -30,5 ± 1,8 mV e -35,7 ± 1,4 mV, para os extratos hexano e diclorometano respectivamente. As nanopartículas de diclorometano foram avaliadas frente aos testes microbiológicos e de citotoxicidade. As nanopartículas de diclorometano na concentração de 0,5 µg/mL inibiram o crescimento da Pseudomona aeruginosa em mais 50%. Essa inibição aconteceu na concentração de 0,25 µg/mL para o Staphylococcus aureus e 0,1 µg/mL para a cepa bacteriana Klebsiella pneumoniae. Em relação à citotoxicidade as nanopartículas mostraram resultados muito mais satisfatórios quando comparado apenas com a utilização do extrato. Com a concentração de 0,25 µg/mL houve uma redução significativa da viabilidade celular e para a célula H292 essa redução aconteceu na concentração de 0,1 µg/mL. Sendo assim as nanopartículas de prata de diclorometano apresentaram resultados satisfatórios.