O jogo entre representação realista e o fantástico em contos de Lygia Fagundes Telles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ribas, Veridiana Valeska lattes
Orientador(a): Steyer, Fábio Augusto lattes
Banca de defesa: Porto, Luana Teixeira lattes, Gomes, Daniel Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3694
Resumo: Este trabalho propõe uma abordagem de contos de Lygia Fagundes Telles tendo por foco as problemáticas relações entre a representação realista e a presença do fantástico – elementos-chave que se articulam no interior de várias de suas narrativas, através de uma linguagem ambivalente, num processo que influi diretamente a construção da identidade das personagens. Tomaremos como referência a obra Mistérios (1981), uma antologia de contos da escritora paulista. Os contos selecionados para essa coletânea foram escritos e publicados em momentos diversos da carreira de Lygia, que, embora não apresente a narrativa fantástica como sua principal vertente, tem esse veio permeando parte de sua obra, veio que não tem recebido atenção significativa da crítica e da academia, tornando -se assim um desafio instigante para a pesquisa. Desafio maior quando se constata a fraca tradição da narrativa fantástica na história da literatura brasileira. Pretendemos investigar como a construção dessas narrativas se processa por meio de uma linguagem ambígua, insinuante, que é corresponsável, junto com a intriga, pela instauração de um clima de suspense e hesitação entre o real empírico e a manifestação do fantástico. E se nem todos os contos dessa obra podem ser rigorosamente classificados como narrativas fantásticas, o fato é que todos se acham envoltos num clima de incerteza e mistério, o que justificaria a escolha do título e a reunião deles nessa coletânea de afinidade temática. Como referencial teórico básico, nos apoiaremos principalmente nos estudos de Todorov (1975), Ceserani (2006), Furtado (1980) e Rodrigues (1988), entre outros, destacando elementos constitutivos do chamado gênero fantástico, de suas relações com o real empírico e dos processos de construção de seus efeitos na articulação do enredo e na ambiguidade peculiar da sua linguagem.