Avaliação dos aspectos biológicos associados ao desenho de próteses fixas maxilares totais implantossuportadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Able, Francine Baldin lattes
Orientador(a): Bombarda, Nara Hellen Campanha lattes
Banca de defesa: Coró, Vitor lattes, Nardino, Marcela Claudino da Silva lattes, Pinto, Marcia Helena Baldani lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Departamento de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3025
Resumo: O tratamento de pacientes edêntulos maxilares com próteses totais fixas implantossuportadas é seguro e eficaz, porém pode apresentar complicações e desafios aos cirurgiões dentistas. O presente trabalho avaliou complicações biológicas de próteses fixas totais maxilares implantossuportadas (estudo I), verificou a relação do formato da base protética com acúmulo de biofilme, hiperemia e perda óssea (estudo II) e identificou a satisfação dos pacientes (estudos I e II). Além disso, discutiu e ilustrou aspectos referentes ao planejamento protético e ao desenho da prótese maxilar (estudo III). Os estudos I e II foram transversais analíticos e o III relatou um caso clínico de acompanhamento de oito anos de prótese total maxilar. A amostra dos estudos transversais foi composta por pacientes reabilitados com prótese total fixa implantossuportada maxilar na Faculdade ILAPEO, Curitiba - PR, Brasil, que compareceram a consultas de manutenção. Os dados foram obtidos entre Maio e Setembro de 2019 por questionários, exames clínicos e radiográficos. No estudo I, participaram 57 pacientes totalizando 402 implantes, dos quais 06 falharam e 02 permaneceram sepultados, resultando em 394 implantes acompanhados (tempo médio = 5,44 anos, 1-14 anos). A taxa de sobrevivência e sucesso dos implantes foi de 98% e 91,8%, respectivamente. A principal complicação biológica foi recessão do tecido mole 21,8%, (nível do implante), seguida da hiperplasia tecidual em 8 pacientes (14%). Perda óssea ≥ 2 mm foi registrada em 36 implantes e peri-implantite em 4,8% (19 implantes). Pacientes que compareceram anualmente aos controles apresentaram menor reabsorção óssea comparados a acompanhamento com intervalos de 2 anos ou mais. Não houve associação significativa no acúmulo de biofilme (p= 0,598) e na peri-implantite (p=0,603) em relação a assiduidade nas consultas de manutenção. O estudo II teve amostra composta por 56 pacientes (56 próteses, 388 implantes). A base protética foi dividida em áreas correspondente a cantilever e entre implantes. Foram analisadas 442 áreas, das quais 58 (13,1%) apresentaram formato côncavo e 384 (86,9%) convexo. Entre as côncavas, 2 (3,5%) não apresentaram biofilme, em 7 (12%) este foi identificado com sonda, 34 (58,6%) tinham biofilme clinicamente visível e 15 (25,9%) abundante. Nas áreas convexas, 21 (5,5%) estavam sem biofilme, em 86 (22,4%) este foi detectável com sonda, em 222 (57,8%) era visível e em 55 (14,3%) abundante. Não houve associação significativa entre formatos e acúmulo de biofilme (p=0,066). Hiperemia tecidual foi visualizada em 199 (45%) áreas e estava ausente em 243 (55%). Áreas côncavas apresentaram menos hiperemia. A perda óssea média foi de 0,71 mm (+/- 0,91 mm). Implantes que se relacionavam com áreas côncavas sofreram maior reabsorção óssea. Os pacientes demonstraram alto índice de satisfação com o tratamento. Porém muitos apontaram como queixa a dificuldade para realizar os procedimentos de higienização. No estudo III uma paciente buscou por reabilitação total fixa de arco superior. Recebeu enxerto alogênico para assegurar suporte labial, seis implantes e uma prótese dentogengival instalada no sistema de carga imediata. A resolução do caso foi considerada eficaz em consulta de acompanhamento de oito anos. O tratamento da maxila edêntula é complexo, as reabilitações fixas totais implantossuportadas são susceptíveis a complicações biológicas, apresentam altas taxas de sobrevivência e sucesso dos implantes e de satisfação dos pacientes. O formato da base da prótese influenciou na hiperemia e na perda óssea