Ideologias linguísticas e negociações de identidade em narrativas autobiográficas de docentes descendentes poloneses em uma escola do interior paranaense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nitek, Ivete Oczust lattes
Orientador(a): Torquato, Clóris Porto lattes
Banca de defesa: Jung, Neiva Maria lattes, Pacheco, Keli Cristina lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2978
Resumo: Nesta pesquisa, busquei investigar como docentes de uma escola do interior paranaense se posicionam em relação às línguas e às culturas polonesa e brasileira, entendendo que essas posições foram construídas ao longo de suas trajetórias pessoais. Analisei as negociações de identidade em narrativas autobiográficas nas quais esses docentes retomam suas trajetórias e trajetórias da comunidade na qual se inserem. Por meio dessa pesquisa, refleti e discuti com os docentes sobre as diversas concepções de língua e as negociações de identidade que foram construídas ao longo de suas trajetórias tendo em vista o contexto multilíngue em que se encontram. Esta é uma pesquisa desenvolvida no campo da Linguística Aplicada, que busca estudar a língua em uso (Moita Lopes, 2006) e, metodologicamente, se caracteriza como qualitativa. Para tanto, numa posição transdisciplinar, a discussão está ancorada no diálogo entre as seguintes perspectivas teóricometodológicas: análise dialógica do discurso, a partir do Círculo de Bakhtin (1981); negociações de identidade, a partir de Pavlenko e Blacklege (2004), Hall (2011) e Bauman (2004); cultura, a partir de Garcia Canclini (2015) e Bhabha (2014); ideologias linguísticas, a partir de Woolard e Schieffilin (1994); e narrativas autobiográficas, com base em Alexandra Georgakopoulou (2014). A comunidade de práticas na qual realizei esta pesquisa é composta por professores descendentes de migrantes em uma escola municipal do interior do Paraná. É importante registrar que eu, como pesquisadora, sou natural desta localidade, resido nela e tenho uma estreita relação com a escola e a comunidade onde desenvolvi a pesquisa, sendo que o projeto foi elaborado a partir da minha própria vivência e experiência. Assinalo que as narrativas são constituídas por relações dialógicas e negociações das identidades linguísticas e culturais, bem como negociações entre línguas portuguesas e polonesas e entre culturas brasileiras e polonesas. Essas línguas e culturas funcionam como articuladoras de processos de hibridação. Observei que, nos discursos autobiográficos, as vozes sociais que os docentes principalmente mobilizam são de familiares, da escola e da religião. Observei, ainda, que a língua, a alimentação, a religião e as vestimentas aparecem como elementos de pertencimento étnico dos participantes desta pesquisa. Talvez mesmo que inconscientemente, sem ter conhecimento disso, a concepção social de língua é a que prevalece e a concepção hegemônica da língua portuguesa também é percebida fortemente nas vozes de todos participantes desta pesquisa, sendo que ela tem sido de fato reforçada pela escola.