Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Myrna Estella Iachinski |
Orientador(a): |
Altenhofen, Cleo Vilson |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/224016
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Resumo: |
O presente estudo tem por foco a vitalidade linguística do polonês em contato com o português, no Sul do Brasil. Seu objetivo foi diagnosticar o estado dessa língua de imigração em diferentes espaços de uso, em termos de sua abrangência geográfica e demográfica, presença em diferentes domínios sociais, bem como considerando ações de promoção e de suporte à língua que favoreçam sua manutenção e revitalização. Para tanto, selecionaram-se dois pontos de pesquisa, um no Extremo Oeste Catarinense, e outro situado ao sul do terceiro Planalto do Paraná. Como estudo “sobre a” vitalidade linguística do polonês, seu escopo teórico se insere no âmbito da sociologia da linguagem, além de aproveitar noções da dialetologia pluridimensional como “ciência ampla da variação” (THUN, 1998), para analisar a variável "vitalidade linguística do polonês" e os fatores condicionantes dessa vitalidade em diferentes dimensões, como idade (dimensão diageracional), escolaridade (dimensão diastrática), meio rural/urbano de duas localidades distintas (dimensão diatópica, no espaço geográfico), religião (dimensão diarreligiosa) ou mesmo situações de uso (dimensão diafásica). Além disso, contribuíram para a pesquisa os estudos sobre manutenção e substituição linguística (language shift) de Fishman (1967, 2006), Ferguson (1971 [1959]), Kloss (1966), entre outros. A Tese apresenta, inicialmente, o estado da arte das pesquisas sobre as línguas eslavas, especialmente polonês, russo e ucraniano, no Brasil. Em seguida, aborda os fatores condicionadores da manutenção e substituição linguística, bem como os procedimentos metodológicos para a obtenção dos dados, pautados essencialmente na análise qualitativa (observação participante) e quantitativa de usos linguísticos em diferentes domains. Foram aplicados dois modelos de questionários, um em contexto escolar rural e urbano das duas localidades de pesquisa: com o objetivo de identificar as funções internas e externas do uso da língua, nas duas localidades. E o outro questionário para fins de censo linguístico e medição do grau de presença da língua nos domínios de espaços públicos. No ponto PR, (município de Cruz Machado) a língua está mais presente e sua vitalidade mantém-se nas gerações mais novas. Como resultado, os informantes conhecem, falam ou escrevem e tem como língua materna o polonês. No ponto SC (município de Descanso), a presença do polonês se verifica apenas nas gerações mais velhas e em poucos falantes da geração mais nova; além de não ser mais falado entre as gerações, há pouca circulação do polonês na escola. Com este diagnóstico, observa-se que, a língua presente nas gerações mais novas auxilia na manutenção da língua. Os resultados confirmaram a maior presença do polonês em todos os domains do ponto PR (município de Cruz Machado), seguido do ucraniano. No ponto SC, (município de Descanso) a presença do italiano destacou-se em diferentes domains. Apesar da colonização polonesa, não há a presença do polonês no ponto SC nos usos e domains selecionados. Com esses resultados compreende-se que a vitalidade do polonês está fortemente presente em PR (município de Cruz Machado) e praticamente extinta em SC (município de Descanso). Para o polonês, esse diagnóstico compreende e corrobora para pesquisas futuras e ações que auxiliem na promoção e manutenção das línguas eslavas, em especial do polonês, no cenário das línguas brasileiras. |