Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Lincoln Felipe
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Orientador(a): |
Oliveira, Silvana
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Banca de defesa: |
Bordini, Maria Isabel da Silveira
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Pacheco, Keli Cristina
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
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Departamento: |
Departamento de Estudos da Linguagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4146
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Resumo: |
Murilo Rubião tensiona as fronteiras entre o real, o imaginário e o insólito em seus contos, desestabilizando as personagens e criando um espaço ameaçador à beira do abismo. Seus heróis são entidades ficcionais que se movem em terras estranhas, explorando o absurdo como forma de ser–no–mundo, assim como Sísifo em Camus (2020). Maurits Cornelis Escher, por sua vez, faz de suas composições visuais e gráficas um movimento exploratório dos limites da representação ao criar reflexos de uma condição absurda da imagem. Nesta dissertação objetivamos apresentar uma leitura em experimentação do trabalho de Murilo Rubião em conexão com a obra de Maurits Escher, utilizando o que denominamos de “mirada ao abismo” como estratégia de aproximação ao objeto artístico-literário e como direcionamento dissonante. Para tanto, o trabalho se organiza em oito partes que não se apresentam como "capítulos" na perspectiva tradicional do termo e sim em “platôs” (Deleuze; Guattari, 2011). Os platôs são operacionalizados na dissertação comouma abordagem não hierárquica e rizomática na produção do conhecimento científico, que não se pretende a fins e sim a multiplicidades. Nesse trabalho ampliamos a reflexão acerca da crítica contemporânea do objeto estético que questiona as práticas hermenêuticas em um movimento que tenta, de alguma forma, operar um trajeto que se afasta da interpretação e representação (Sontag, 2020). Além disso, exploramos a relação entre a revolução técnica da arte e novas formas de visualidade, considerando um processo de leitura de imagens mais amplo e , por conseguinte, de objetos de arte. Neste sentido o conceito de rizoma (Deleuze;Guattari, 2011) se apresenta como uma abordagem que desafia as estruturas lineares tradicionais e nos possibilita a expansão da compreensão do comparatismo no campo artístico literário (Garramuño, 2014; Krauss, 1979). No trabalho, o “abismo” como imagem rizomática atua como um centro de intensidades que nos desafia a concepção do ser e do experimentar o mundo e a arte, conectando–se à obra de Rubião e Escher e explorando a multiplicidade de significados do termo. A narrativa em espelho da mise en abyme (Dostál, 1990; Dällenbach, 1977; Hutcheon, 1988) e a condição absurda (Camus, 2020), em conexão rizomática, são elementos essenciais para compreendermos o abismo como um ponto de virada que permite mapear o desconhecido e experimentar o não–senso. A experimentação que propomos da obra literária de Murilo Rubião, passando por contos como “Marina a Intangível”, “O ex-mágico da Taberna Minhota”, “Teleco o coelhinho”, “O edifício” e “O bloqueio”, em relação à obra gráfica e plural de Maurits Escher se dá, aqui, numa perspectiva anti–mimética e pós–representacionista, buscando ampliar os limites do campo artístico–literário por meio da experimentação. Logo, esta pesquisa propõe uma abordagem de um agenciamento coletivo e uma proliferação de sentidos, sem esgotá–los em nenhum sentido. O objetivo é abrir novos horizontes de compreensãoe imaginação, agindo em um espaço fecundo para a expressão artística e crítica. |