Literatura infanto-juvenil de temática homoafetiva: impasses entre a abordagem dos PCN e a representação ficcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Lúcia de Lourdes Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Literatura e Estudos Interculturais
BR
UEPB
Mestrado em Literatura e Interculturalidade - MLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/1748
Resumo: O objetivo dessa pesquisa foi analisar o discurso da proposta de leitura do texto literário infanto-juvenil, dos Parâmetros Curriculares Nacionais e pelos Temas Tranversais, relacionando-o com as práticas discursivas dos narradores nas obras literárias infanto-juvenis que abordam a homoafetividade: O menino que brincava de ser (2000) de Georgina da Costa Martins, O gato que gostava de cenoura (2001) de Rubem Alves e É proibido Miar (2002) de Pedro Bandeira, a partir dos Estudos Culturais. Tencionou-se perceber o posicionamento adotado pelos narradores, através do discurso que subjaz às imagens (recursos bastante utilizados nas narrativas infanto-juvenis com fins ideológicos) e dos comportamentos discursivos dos personagens, isto é, se mantêm um perfil direcionado à exclusão e rejeição do sujeito homoafetivo, ou mesmo se esses discursos proporcionam um repensar dos preconceitos culturalmente construídos contra estes sujeitos. A idéia foi observar se a temática da homoafetividade é contemplada pelas discussões dos PCN, atentando para os (des)encontros entre o que diz a voz ficcional dos narradores e o modelo de leitura do texto literário infantil proposto pelos PCN (texto norteador de práticas discursivas em sala de aula e que auxilia na construção dos currículos de leitura do texto literário). Por esta razão, estabeleceu-se um diálogo com a Análise do Discurso, uma vez que este campo do saber investiga essa prática que é intrínseca ao homem, à sociedade e à sua história, e tem como fonte de pesquisa as atividades discursivas que circulam na sociedade, inclusive, as institucionais. Hipoteticamente, partiu-se do pressuposto de que os objetivos de leitura do texto literário de Língua Portuguesa, indicados pelos PCN, não contemplam a temática homoafetiva; e em relação às obras literárias, pressupõe-se que há resistência a uma representação positiva dos sujeitos homoafetivos. Estas reflexões estão ancoradas em conceitos teóricos provindos dos Estudos Culturais, dos Estudos Semióticos e da Análise do Discurso (AD), tendo como base os teóricos: Bhabha (1998), Escosteguy (2001), Hall (2005), Dias da Silva (2007), Louro (2008), Tadeu da Silva (2007), Lopes (2002), Peirce (1987), Plaza (2003), Foucault (1986), Fernandes (2008), Milanez (2004), Orlandi (2007), entre outros.