Conceição Evaristo e a escrevivência: narrar a potência dos pobres na literatura brasileira contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barbosa, Roberta Tiburcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3665
Resumo: A literatura contemporânea vem sendo palco para discussões e problematizações das categorias que caracterizam o literário e constituem o mote das produções que, conjuntamente, constituem a instância literária. Personagens e, principalmente, autores advindos de espaços marginalizados socioculturalmente pleiteiam, com suas produções, a visibilidade para seus “lugares de fala” (RIBEIRO, 2017) e suas potencialidades intelectuais. Nesse ínterim, o presente trabalho aborda a produção literária de Conceição Evaristo, escritora brasileira, em razão da ascensão dos “ex-cêntricos” (HUTCHEON, 1991) ao campo da literatura e o reconhecimento das capacidades subjetivas e artísticas destes operadas em sua escrita. A “escrevivência”, termo cunhado pela autora, constitui/dirige as reflexões acerca do diálogo ininterrupto entre vida e arte. São, pois, os processos de alteridade travados na “literatura de multidão” (JUSTINO, 2014), que configuram os intercâmbios presentes na “literatura pós-autonôma” (LUDMER, 2010), diretrizes da atividade crítica aqui desenvolvida. Nesse sentido, objetivamos compreender como a escrevivência semiotiza os muitos periféricos/pobres que protagonizam momentos de insubalternidade e sororidade na literatura brasileira, para tal, atentaremos, especialmente, para a mulher negra, mãe-guia de todas as “ralés” (SOUZA, 2009), uma vez que ela é a figura evaristiana que desempenha um papel crucial na abolição de todos os alicerces/bases dos sistemas de opressão, agenciados pelos dispositivos do/de controle patriarcais/capitalistas. Destarte, por meio de pesquisa bibliográfica, apoiada nos teóricos já citados e em demais estudiosos das problemáticas em foco, analisaremos três produções evaristianas. No primeiro capítulo, abordaremos a novela “Sabela” (2016), estudando como as coletividades/comunidades operam processos de insurreição e perpetuação/expansão de suas subjetividades e potencialidades. No segundo capítulo, discutiremos o romance Ponciá Vicêncio (2003), investigando os mecanismos de resistência e as rotas de fuga encontradas para driblar o jugo dominante. A coletânea de contos Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011) será objeto de reflexão no terceiro capítulo, no qual buscaremos compreender como singulares trajetórias de vida são elementos que fomentam as demandas coletivas por devires com mais equidade-risos e menos hierarquias-choros.