RESQUÍCIOS CANGAÇAIS um resgate memorial dos bandos anônimos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Soares, Roniere Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Educação, Linguagem e Cultura; Políticas Sociais
BR
UEPB
Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Sociedade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/1896
Resumo: O resgate histórico dos bandos anônimos cangaçais foi a maneira pela qual tentamos ostentar ao público leitor em geral, a existência de uma demasiada maioria omitida intencionalmente em oposição à canonização individualizada de Lampião como processo semi-acabado de formação discursiva. Tivemos o objetivo geral de retomar os bandos anônimos, realizando especificamente o traçado de pequenas biografias destes bandos, elencados através dos respectivos cangaceiros-chefes, assim como a análise dos discursos dos entrevistados. A partir de uma perspectiva interdisciplinar, buscamos orientar o texto sem nos prendermos a um ou a outro teórico que pudesse nos restringir a uma possível visão unilateral, por isso optamos por lançar mão de elementos semióticos, lingüísticos, históricos, discursivos e sociais. Abarcando diversas visões teóricas em face de um tema que, por si só nos faz desconfiar que a interdisciplinaridade está mais próxima do objeto investigado do que do sujeito investigador, pesquisamos informações em fontes plurais de referências tais como cordéis, jornais, livros, quadrinhos, obras literárias, livros biográficos, revistas, ambientes rurais, produções cinematográficas, além da inquietante história oral dos populares entrevistados. Buscamos fundamentar nosso trabalho a partir de Le Goff, Walter Benjamin, Eric Hobsbawm, Sharpe (in Peter Burke) e Eni Orlandi. Fizemos uma contextuação do Nordeste tendo como referência a representação dos principais membros da igreja católica, assim como o coronelismo e o latifúndio, contrapondo estas instituições em face da contra-instituição do cangaço, abordado no final do segundo capítulo, em razão de sua crise conceitual. A proposta de elencarmos os bandos considerados anônimos possibilitou estabelecer pequenas biografias, haja vista que tínhamos como princípio norteador do trabalho uma abordagem que estava centrada nos limites da interpretação, englobando a descrição dos fatos e a análise do discurso dos depoentes. Constatamos ao final do trabalho, que as hipóteses formuladas inicialmente foram confirmadas com: a descoberta de bandos posteriores ao grupo de Corisco, considerado pelo discurso oficial como sendo o último bando cangaçal; a ratificação de que o anonimato dos bandos se deve geralmente a carência de registros fotográficos; e o registro de bandos que percorreram áreas do brejo e do agreste, além do cariri e do sertão, já mencionadas oficialmente.