Poética dos mortos em Terra sonâmbula, de Mia Couto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Viana, Elycarla Alves Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3584
Resumo: Esta dissertação tem Terra Sonâmbula, de Mia Couto, considerado o principal romance africano do século XX, como seu objeto de estudo. Tendo como objetivo refletir sobre a temática da morte na obra, a partir da interpretação de símbolos e metáforas presentes, o trabalho ressalta a condição de ruínas de Moçambique durante a guerra civil, as tradições culturais em esquecimento e o processo de dominação política do colonizador e do próprio nativo. Discute-se, a partir dos relatos fantásticos dos cadernos do morto, Kindzu, a relação entre vivos e mortos no romance, os sofrimentos do povo em face da exploração do poder político (necropolítica), sua luta pela sobrevivência e seus suspiros de esperança. Trata-se de pesquisa bibliográfica, que se desenvolve por meio de uma hermenêutica cuja abordagem perspectiva aspectos culturais e políticos, contando com os seguintes aportes teóricos: Morin (1970), Mbembe (2016) e Guerreiro (2014) no que se refere à temática da morte, por meio de uma visão política e cultural; Em relação a cultura africana e os estudos sobre a obra de Mia Couto, Ribeiro (2010), Neto (2013) e Fonseca e Cury (2008); Os conceitos de metáfora e símbolo, conforme a visão de Ricoeur (2009) e Fiorin (1999). A presente interpretação entende o romance Terra Sonâmbula como metáfora da situação do povo moçambicano e representa denúncia da opressão de exploradores, ruínas de um povo devastado, agonia de um povo em busca de se reencontrar com a sua história, sua cultura, mas também ressignificação de sua identidade cultural e suspiro de esperança por meio do sonho.