A dissimulação e os silêncios como estratégias de resistência feminina à opressão masculina, em duas obras de Ángeles Mastretta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Gilda Carneiro Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2810
Resumo: Esta tese, intitulada A dissimulação e os silêncios como estratégias de resistência feminina à opressão masculina, em duas obras de Ángeles Mastretta, tem como objetivos estudar os dramas e os conflitos das personagens femininas mastrettianas, forçadas a recorrer à dissimulação e aos silêncios para enfrentar a opressão masculina, constatando o poder destes artifícios performáticos e sua influência na resistência da mulher mexicana dos anos 20 aos 40 do século XX, representadas no romance Arráncame la vida (1986), e na coletânea de contos Mujeres de ojos grandes. As narrativas vinculam a linguagem e os valores femininos a uma atitude comportamental silenciosa e dissimulada, provocada pela repressão masculina e pelas exigências de uma sociedade que, pela representação, vitima e manipula as mulheres, mantendo-as prisioneiras de uma cultura patriarcal e, ao mesmo tempo, reféns da armadilha do matrimônio. Analisamos o comportamento das personagens femininas das obras selecionadas discutindo a forma como se comportam diante da dominação masculina excessiva que as obriga a atuar de maneira dissimulada e silenciosa como recurso para lutar contra os desejos dos pais e esposos, promotores da repressão e da castração femininas. Para comprovar a hipótese de que a personagem-narradora de Arráncame la vida e as “tias” de Mujeres de ojos grandes usam a estratégia da dissimulação para conseguirem se impor frente à opressão masculina, fundamentamos nosso conceito de dissimulação na chamada dissimulação honesta, defendida por Accetto (2001). No que diz respeito aos silêncios, nosso aporte teórico tem como iluminadoras as teorias de Augusto Ponzio (1995), Aurora Egido (1995), Bardaji (1992), Boves Naves (1992), Carranfa (2006), Castilla del Pino (1992), Max Picard (1952), Ramírez González (1992) e Weldt-Basson (2009). As reflexões desses teóricos permitem detectar e compreender melhor as atitudes de resistência no modus operandi das personagens, mulheres sábias que, utilizando-se da dissimulação e dos silêncios como estratégias de resistência, reelaboram a dinâmica do casamento tradicional, machista e opressor, e redirecionam o rumo da família e da sociedade.