Traumas faciais: um estudo epidemiológico da violência por agressão física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Barbosa, Kevan Guilherme Nóbrega
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Epidemiologia e Promoção de Saúde
BR
UEPB
Mestrado em Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2077
Resumo: O presente estudo teve como objetivo determinar a ocorrência de trauma facial e dos fatores associados entre vítimas da violência por agressão física, que foram encaminhadas ao Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) da cidade de Campina Grande, Paraíba, Brasil, entre o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2011. Foi desenvolvido um estudo transversal e observacional, sendo realizado o censo dos laudos médico-odontológicos de vítimas não letais encaminhadas para exame de corpo de delito, disponíveis no NUMOL. Os dados foram coletados através de um formulário contendo informações disponíveis nos laudos. Três membros da equipe foram submetidos a um treinamento e exercício de calibração para a coleta de dados. Foram investigados 7.132 laudos médico-odontológicos no período considerado. Destes, 3.057 (42,8%) eram relativos a vítimas de trauma facial. Os traumas faciais foram mais frequentes em jovens entre 20 e 29 anos (36,8%), mulheres (1,15:1), solteiros (56%) e em indivíduos com até oito anos de estudo (45,1%). As agressões físicas foram praticadas por homens (3:1), que eram pessoas conhecidas das vítimas (42,1%) e sem o uso de instrumento físico (76,5%). As ocorrências aconteceram majoritariamente a nível comunitário (65,7%), nos finais de semana (35,3%), em horários entre 18:00-05:59h (47,4%). O principal tipo de trauma facial acometeu os tecidos moles (95%) nas regiões orbitais (18,2%). A análise multivariada revelou que os traumas faciais estiveram associados a vítimas que residiam na região metropolitana (p = 0,008) e que conheciam o agente agressor (p = 0,022). O trauma facial também esteve associado a agressões não instrumentadas (p < 0,001) e que aconteceram em âmbito comunitário (p = 0,017), em horários noturnos (p = 0,002) dos finais de semana (p = 0,015). Apesar da complexidade da ocorrência da violência nas sociedades e da dificuldade em determinar as causas que levam a violência por agressão física, este estudo forneceu informações epidemiológicas a respeito da sua ocorrência e determinou alguns fatores que provavelmente estão relacionados com o trauma facial decorrente dos casos de violência.