A metaficção e a ficcionalidade da realidade social desumanizadora em Never let me go, de Kazuo Ishiguro
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3458 |
Resumo: | As obras metaficcionais foram inicialmente vistas como textos que, focados demasiadamente em sua autocontemplação narcisista, não mostrariam nenhuma preocupação com a realidade extratextual, revelando, assim, um caráter apolítico. Estudos posteriores do gênero, entretanto, em especial nas obras de Patricia Waugh (2001), Linda Hutcheon (1980; 1991), Wenche Ommundsen (1993) e Gustavo Bernardo (2010), questionaram essa interpretação ou ao menos ressaltaram como, se as metaficções realmente funcionam como espelhos voltados para sua própria arquitetura narrativa, por outro lado, seu reflexo também permite enxergar o mundo extratextual que essas narrativas só aparentemente ignoram, enquanto, na verdade, propõem uma leitura crítica dessa realidade, em especial no que diz respeito aos vários discursos que “naturalizam” relações socialmente construídas — um fenômeno curioso sobretudo quando tais discursos são assimilados pelas próprias vítimas dessas relações. Assim, a partir de uma análise do romance Never let me go, de Kazuo Ishiguro, buscamos mostrar como uma história a respeito de clones criados e usados para “doações” de órgãos, em uma realidade histórica alternativa, apesar do enredo insólito, funciona como metáfora alusiva a grupos excluídos, explorados, oprimidos e, principalmente, desumanizados na realidade que reconhecemos em nossa experiência diária. |