Desenvolvimento de filmes de quitosana incorporados com membrana celular do ovo para aplicações biomédicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Kleilton Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Química - PPGQ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3305
Resumo: A cada ano pesquisadores vêm buscando desenvolver ou aperfeiçoar materiais que minimizem problemas de saúde e promovam ou auxiliem a regeneração tecidual. Os biomateriais permitem atender às necessidades do organismo de forma a auxiliar nos processos reconstrutivos e consequentemente melhorar a qualidade de vida da população. Nesse contexto, a utilização de biopolímeros como a quitosana, vem sendo estudados, pois, é um polissacarídeo natural que apresenta um grande potencial como biomaterial, apresentando atividade antimicrobiana, atoxicidade, biocompatibilidade, biodegradabilidade, poder cicatrizante, além, de formar soluções viscosas e filmes. Suas propriedades podem ser adequadas para serem utilizadas em curativos com a adição da membrana celular do ovo. A membrana celular do ovo da galinha é composta por proteínas fibrosas como o colágeno, por ácido hialurônico e uma gama de outros nutrientes, substâncias que ocorrem naturalmente e desempenham um papel essencial na manutenção do tecido conjuntivo, reduzindo a dor e rigidez nas articulações. Assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver filmes compostos de quitosana e membrana celular do ovo da galinha, como curativos para uso no tratamento de queimaduras. A quitosana utilizada no desenvolvimento do trabalho foi fornecida pelo Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CERTBIO). As membranas celulares dos ovos de galinha foram extraídas manualmente e desidratadas em estufa a 60 ºC durante 2 dias. Posteriormente, as membranas foram trituradas e passadas em peneira 325 mesh, até a obtenção de um pó fino. Os filmes foram obtidos pelo método de evaporação de solvente, onde preparou-se soluções de quitosana a 1% (m/v) em acido lático 0,1 mol/L e soluções de quitosana incorporadas com o pó da membrana celular do ovo (MCO) nas proporções de 10, 20 e 30% (m/m). As soluções foram postas sob agitação mecânica a 600 rpm durante 24 h, depois vertidas em placas de Petri de acrílico e submetidas a secagem em estufa a 40 ºC por 24 h. Após a obtenção dos filmes, os mesmos foram neutralizados em atmosfera de hidróxido de amônia a 2% por 72 h. Os materiais e as amostras obtidas foram caracterizados por Termogravimetria (TGA), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectroscopia por Energia Dispersiva de Raios X (EDS), Difração de Raio X (DRX) e Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR). Além desses ensaios, foram realizados para a quitosana o grau de desacetilação e a massa molar viscosimétrica. Para o pó da membrana celular, foram realizados ensaios de teor de umidade, cinza, proteínas, lipídios e carboidratos. Para os filmes foram realizados ensaios de medida de espessura, molhabilidade, propriedade mecânica, permeabilidade ao vapor de água e avaliação biológica. Os resultados obtidos mostraram que a quitosana possui perfil semicristalino, temperatura de degradação acima de 250 ºC, grau de desacetilação de 85% e médio peso molecular. O pó extraído da membrana celular do ovo da galinha apresentou características de um material semicristalino, fibrilar, rico em proteínas, com temperatura inicial de desnaturação do colágeno em torno de 67 ºC e de temperatura de degradação do pó acima de 220 ºC. Quanto à estabilidade térmica, físico-química e mecânica dos filmes, o acréscimo de carga na matriz polimérica de quitosana ocasionou instabilidade no material. Os mesmos apresentaram espessura de 0,15 mm, caráter hidrofílico, permeabilidade ao vapor de água. Quanto à avaliação biológica os materiais apresentaram viabilidade adequada. As amostras com 10% de carga apresentaram uma melhor interação com a matriz de quitosana, evidenciando uma melhor estabilidade dos filmes. Sendo assim, foi possível obter filmes acrescidos com MCO para serem aplicados como curativos no tratamento de queimaduras