"O fascismo ainda está cá dentro", ou a escrita como combate em A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Figueiredo, Annie Tarsis Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2449
Resumo: Esta dissertação se ocupa da escrita do narrador-personagem Sr. Silva e o combate travado contra os modos fascizantes que há em nós e no mundo. Abordar o contemporâneo e a biopolítica (Negri, 2001; Agamben, 2002; Safatle, 2015) através d‘a máquina de fazer espanhóis (2011), do autor português valter hugo mãe, requer a compreensão do lugar dos velhos (Debert, 1999; Navarro-Swain, 2003; Brum, 2010;), bem como dos portugueses (Lourenço, 2001; Reis, 2004) na conjuntura sócio-política atual. A escritura é marcada por uma pluralidade de discursos sobre o passado salazarista, sobre a velhice e sobre o atual estado das coisas dentro do que ainda se chama democracia. A biopotência é a criação, a transformação concreta de um possível em meio ao esgotamento e ao confinamento da vida, desse modo, a escrita de Sr. Silva presentifica a condição dos que são vistos como abjetos, que vivem nos ―bastidores do social‖, espaços que lhes são reservados devido ao modelo de individualização, modelo este conectado às formas de vida específicas produzidas pelos sistemas de normas e poder. A hipótese, então, é a de que toda essa escrita/produção/fabricação do velho dentro do asilo perfaz uma crítica e um alerta aos modos fascizantes, porém apontando sempre seu avesso que é a relação profunda com o outro e a criação de uma máquina de guerra (Deleuze, 1997) em devir-revolucionário constituída de potência de vida, que neste caso, é a escrita. Dessa maneira, um tempo voltado ao coletivo é requisitado em contraponto à banalidade do ódio ao outro.